André Pugliesi

Com Bolsonaro, Petraglia fez o que parecia impossível: afastar mais os atleticanos

Por
André Pugliesi
29/10/2018 20:21 - Atualizado: 29/09/2023 23:42
Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A eleição no Atlético-PR ao final de 2015 escancarou em números o que já se sentia ao longo do processo sucessório. Por 2.909 votos a 2.660, diferença de meros 249, o grupo de Mario Celso Petraglia, de situação, barrou a tomada de poder dos oposicionistas, liderados por Henrique Gaede.

O quadro de um clube rachado, praticamente ao meio, incomodou o então eleito presidente do Furacão, Luiz Sallim Emed. No dia seguinte ao pleito, o médico anunciou em : “Serei o presidente de todos os atleticanos”, em entrevista à Gazeta.

LEIA MAIS: CAP Mitagens e Oséas e Washington, os ‘baianos preguiçosos’ do Atlético

Não demorou nada para Sallim assumir a função de um relações públicas de luxo, esmagado pelo poder de Petraglia, eleito presidente do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro. E, também rapidamente, ficou claro que o grupo de situação ignoraria o chamado “recado das urnas”, abrindo uma guerra fratricida.

Nos quase três anos de gestão, o Atlético, com Petraglia à frente, atropelou a oposição e instituiu uma série de medidas que esvaziaram, de uma forma geral, a Arena. Biometria, que derrubou o quadro de sócios, restrições aos torcedores organizados e, por último, a “torcida humana”.

E quando não poderia ficar pior, ficou. Eleitor declarado de Jair Bolsonaro, eleito presidente do Brasil, Petraglia resolveu misturar o clube ao assunto, mesmo que indiretamente. Resultado: desagradou aos atleticanos que não queriam ver o Furacão envolvido em política, qual fosse a preferência.

Mesmo apoiadores do cartola derramaram críticas ao episódio. O clube tentou vender a campanha, em tons de verde e amarelo, como uma ode ao patriotismo, um movimento em prol da consciência do voto. Não convenceu ninguém. E, de quebra, fez o que parecia impossível, rachou ainda mais os atleticanos.

Da série #Memórias de quem só queria jogar bola

Mamica, um goleiro de verdade: boca suja, espetacular e frangueiro

Veja também:
Buraco ou tapete? Conheça os estádios da Série B
Buraco ou tapete? Conheça os estádios da Série B
FPF lucra três vezes mais que o campeão Operário no Campeonato Paranaense
FPF lucra três vezes mais que o campeão Operário no Campeonato Paranaense
Global Fight League define cards com revanches épicas e lendas do MMA em ação
Global Fight League define cards com revanches épicas e lendas do MMA em ação
Athletico assume a condição de time de Série B: "Por onde anda a mais bonita noivinha do mercado?”
Athletico assume a condição de time de Série B: "Por onde anda a mais bonita noivinha do mercado?”

Trabalhou na Gazeta do Povo entre 2005 e 2023. Cobriu, in loco, o Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007, a Copa América da Argentina, em 2010, a Olimpíada de Londres, em 2012, a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, e a Copa do Mun...

twitter
Com Bolsonaro, Petraglia fez o que parecia imposs...