Qual o verdadeiro impulso que me leva a gostar de um gênero musical em detrimento ao demais existentes? Melhor ainda: Eu gosto realmente somente deste estilo musical ou existem algumas coisas que me chamam atenção em outros estilos, que fazem brotar lá no meu inconsciente, lá no fundinho, aquela vontade gostosa de bater o pé no compasso da música e soltar um sorriso?
Tá, OK! Confesso que sinto uma certa empolgação em outros gêneros de música sim. Ah! Mas não me rendo! Eu gosto mesmo é da origem do gênero, eu gosto mesmo é de onde nasceu a música, não curto estas novidades, até respeito o trabalho dos novatos, mas não demonstro não, porque senão, imagina o que vão pensar de mim? Vão achar que estou me rendendo à modinha, vão dizer que perdi minha essência só porque estou gostando de outro estilo. Não posso gostar do novo não, só respeito quem é das antigas, quem tá na estrada há muito mais tempo do que esses caras aí que estão há 2 ou 3 anos. É modinha! É sucesso passageiro! Eu gosto é de Sertanejo de raiz e ponto! Esses universitários que se danem!
Muito bem, caro leitor, não é só na nossa cena eletrônica que este tipo de preconceito acontece. Quantas vezes já tivemos que escutar algo do tipo: “Eu só escuto Techno, é música eletrônica de verdade!” Ou quem sabe um: “Isso tudo é lixo, Trance é música eletrônica, o resto é resto”. E talvez a pior coisa de todas que podemos escutar: “Quem é esse cara que tá na cabine? Que história ele tem? Começou ontem! Tirem ele de lá, não merece estar ali.”
Em tempos onde vivenciamos o extremismo, seja ele político ou religioso, destruindo vidas, corrompendo pessoas e disseminando o medo por todos os lados, podemos fazer o exercício de identificar este sentimento raivoso em nosso dia a dia, em nossa realidade e repensar nossas atitudes. Será que a maneira como nos expressamos está nos levando a ser tão radicais quanto os indivíduos que assistimos nos noticiários da TV? Não estaria, talvez, o nosso comportamento nos fazendo esquecer o principal motivo, a verdadeira finalidade que a música tem, seja ela de qual for o gênero?
O meu preconceito faz com que eu esqueça que a música tem como principal objetivo proporcionar diversão e alegria?
Se sua resposta foi sim, recomendo que desligue seu player agora, pare e pense no que está vivendo. Garanto que se sua resposta foi sim, você já entrou em discussões desnecessárias com várias pessoas, tentando impor seu ponto de vista e ignorando a maior qualidade que você tem: Você sabe pensar, você sabe analisar e sabe gostar do que é novo também.
Muito complicado agir assim? Acho que não, veja só: Quando tem um prato novo naquele restaurante que você frequenta há anos, tenho certeza que você experimenta, acha aquilo a melhor coisa já criada na humanidade. Mesmo assim, você continua gostando daquele filé à parmegiana saboroso, mas agora, vez ou outra, troca de prato porque os dois são deliciosos. E logo mais, outro prato novo vai vir, você vai provar e quem sabe, terá 3 opções deliciosamente saborosas!
Pois bem, caro leitor. Meu objetivo com este artigo é expressar a minha insatisfação com pessoas de comportamento xiita, mas também, expressar e minha satisfação em conhecer coisas novas todos os dias. Expressar a minha alegria em gostar de música eletrônica, seja ela criada no passado ou no presente. O meu respeito por toda a música eletrônica existente, por todos os produtores musicais que se empenham dia após dia em viver seu próprio sucesso e também por todos os milhares de produtores musicais que estão batalhando duro para criar algo novo, tendo aquele mesmo objetivo em mente, o objetivo que mais importa nesse cenário: A música é criada pra divertir e alegrar pessoas!
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