Bootlegs! A arte de reinventar um sucesso.

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Tanto na música eletrônica quanto em praticamente todos os estilos musicais, é muito comum escutarmos versões de músicas conhecidas em um ritmo diferente, são os chamados Bootlegs. Atualmente, vivemos uma onda de produções na música eletrônica que usam deste artifício para recriar grandes clássicos e sucessos da música (não só eletrônica) com uma nova pegada.

Clipe de Sigala – Easy Love

O termo bootleg tem sua origem na obra da literatura inglesa As Viagens de Gulliver, escrita em 1726 por Jonathan Swift, onde no mundo “smuggling”, os “smugglers” (contrabandistas) escondiam o contrabando dentro de baús, balsas e canos de botas (“boots“), para não serem presos. Com o passar do tempo, o “boot”, passou a ser gradualmente usado como adjetivo para descrever artigos de origem dúbia (envolvidos em algum tipo de actividade criminal) e acabou por se tornar um termo conveniente para esses tipo de gravações emitidas por selos independentes, uma vez que são realizadas muitas vezes sem o consentimento do artista ou da gravadora dona dos direitos autorais.

Para ilustrar esta onda da música eletrônica, nossa parceira Juliana Faria escolheu 5 bootlegs que fazem sucesso nas pistas e suas respectivas produções originais. Aperte o Play!

1. Destiny’s Child – Say My Name (Cyril Hahn Remix)

Versão Original

Um dos primeiros que ouvi. No começo é estranho você ouvir a música e pensar: “espera, eu conheço isso de outra forma”. O ouvido não está acostumado, ainda mais com o vozeirão da Beyonce em pitch reduzido. Mas ainda assim, essa versão, apesar da pegada bem diferente da original, ficou ótima.

Vale mencionar aqui que justamente a track do ano, escolhida pelos embaixadores do Rio Music Conference, foi uma que também conta com os vocais da Beyonce, numa versão muito bem elaborada pelo Volkoder.

Volkoder – Sensation (Original Mix)

A fonte dessa versão é Lose My Breath, também das Destiny’s Child.

2. Lika Morgan – Hit Me (Original Mix)

Versão original

Continuando na linha pop e mostrando que gêneros não devem ser coisas “fixas” dentro da música eletrônica, temos Lika Morgan revistando um dos grandes clássicos do pop dos anos 90, Baby One More Time. O bacana aqui é que ele manteve a essência do original marcante da Britney Spears e a pegada do nu disco, só deixou tudo mais dançante.

3. SNBRN, Chris Lake & Matroda feat. Kaleena Zanders – California (Original Mix)

Versão original

Aqui a fonte foi um dos maiores nomes do rap mundial, Tupac. SNBRN, Chris Lake e Matroda colocaram toda a diversidade da música eletrônica atual numa track só. Um poderoso vocal de Kaleena Zanders, um piano de “house clássico”, além dos grooves e batidas quebradas do future house.

4. Sigala – Easy Love (Original Mix)

Versão original

Uma das coisas muito legais de se perceber numa produção assim, é que nem sempre é preciso ser óbvio ao usar aquele refrão ou no trecho selecionado para se criar uma “nova” música. Esta versão do Sigala é um belo exemplo disso. Quem nunca ouviu a icônica ABC do Jackson 5?! Mas ele sabiamente fugiu do refrão e criou uma linda música ao juntar o vocal do rei Michael Jackson com a batida gostosa do tropical house.

5. Temper Trap – Sweet Disposition (Vintage Culture & Lazy Bear Remix)

Versão original

Versão Axwell e Dirty South

Essa além de boa, é pra mostrar que temos liberdade para muitas coisas na música eletrônica. A track original é um “rock alternativo” do The Temper Trap, mas a versão que rodou as principais pistas do mundo foi feita por ninguém menos que Axwell e Dirty South.

Era uma faixa obrigatória nos sets do Swedish House Mafia e dos grandes nomes do EDM.

E qual a surpresa ao ouvir a track sendo revisitada pelo Vintage Culture, um dos principais nomes brasileiros do momento, que empunha a bandeira do deep house?!

A música boa é assim, transpõe barreiras e estilos e sempre funciona na hora de fazer todos dançarem.

por Juliana Faria

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