O produtor curitibano Henrique Oliveira, internacionalmente conhecido por HNQO, é apontado como uma das estrelas em ascensão da música eletrônica brasileira, com destaque nas cenas independentes de techno e house. Para sacramentar toda esta boa fase, ele lança no dia 20 de outubro seu mais novo álbum, “The Old Door”, pelo selo DOC, capitaneado por um dos maiores produtores do país, Gui Boratto. O trabalho terá distribuição do selo alemão Kompakt, outra grande referência internacional quando o assunto é música eletrônica.
HNQO é uma das atrações do festival TribalTech Escape, que acontece no dia 7 de outubro em Curitiba, tendo como cenário uma fábrica desativada na região do Prado Velho. Ele faz parte da nova geração verde-amarela que tocará ao lado de artistas internacionais, num elenco com 75 atrações espalhadas por seis pistas principais. Nesta entrevista exclusiva ao blog, ele fala do álbum e também conta segredos da velha usina que será transformada pela produção da Tribaltech num dos mais criativos festivais de música eletrônica já realizados no Paraná.
Aperte o Play e confira uma das faixas do novo álbum do HNQO:
Dan: Henrique, uma das coisas que mais me chamou atenção escutando seu novo álbum, é que você abusou, de maneira muito positiva, no uso dos sintetizadores. Particularmente eu gostei bastante da atmosfera que os synths deram nas tracks. Essa nova roupagem é uma tendência que podemos esperar do HNQO daqui pra frente?
HNQO: O relacionamento com sintetizadores nesta fase de produção que vivo é definitivamente mais intenso e a intenção é continuar assim nos próximos projetos também. Essas máquinas são donas de uma flexibilidade incrível e me possibilitam criar características que descrevem minha identidade e também a de cada produtor que as utiliza de uma forma mais aprofundada.
A intenção é continuar criando sons que traduzam os meus sentimentos e passem de maneira clara a mensagem que visualizo em cada música. Ou ao menos tentar.
Dan: A vibe introspectiva também é outro ponto muito interessante do álbum, que percebo estar bastante alinhado com os lançamentos da DOC Records. Acha que essa é uma vertente que está voltando e ganhando força novamente pelos lugares onde você tem tocado?
HNQO: Essa é uma vibe que me atrai não somente na Música Eletrônica. Quem me conhece um pouco sabe que prefiro os climas mais calmos e detalhados aos caóticos. Claro, na hora de tocar, nós precisamos criar uma atmosfera que seja interessante e que tenha energia para elevar as pessoas ao estado que elas esperam em uma festa, clube ou festival. Portanto, vibes atmosféricas e introspectivas ainda precisam ser mescladas com as mais explosivas para obter esse resultado.
Como artista, eu acredito e espero que cada vez mais as pessoas prestem atenção aos detalhes que cada música introspectiva tem a oferecer, assim como os amigos que alimentam selos com uma proposta parecida.
Dan: Os vocais da Urzula Amen nas tracks “If (We Let Go)” e “The Old Door” estão sensacionais. Como surgiu essa parceria e também a ideia de usar os vocais dela neste novo álbum?
HNQO: A Urzula tem uma voz encantadora e um clima introspectivo e frio de uma pessoa que vive em Berlim. Eu sempre quis fazer algo com a participação dela. Por meio de outros artistas que admiro, pude ouvir suas obras e no ano de produção do álbum entrei em contato, apresentando algumas opções de instrumental.
Primeiro fizemos “The Old Door”, que fala sobre padrões e tentativas incessantes de controlar cada passo de nossas vidas. Quando apresentei os instrumentais de “If”, já finalizados, ela adorou, se sentiu tocada pela música e deu a ideia de colocar uma mensagem que é muito bonita e começa assim: “Let south and north be one”
Em outras palavras, “que estejamos todos unidos”… e finaliza com “There’s peace to find here if…”. Ou seja, podemos encontrar nossa paz e ela depende de nossas atitudes.
Dan: Outros destaques que também gostei no seu novo álbum foram os elementos orquestrados na track “40’s Cartoon” e também algumas pitadas com melodias de instrumentos de corda na “Bowed Piano”. Sei que o processo criativo de cada artista vem de um lugar ou de um momento diferente, mas, teria como dar uma ideia para nossos leitores de como conseguiu chegar nestes elementos na composição destas tracks?
HNQO: Alem dos sintetizadores e os softwares que produzem sons com base em correntes elétricas, eu decidi usar ferramentas de empresas que captam sons de instrumentos reais, tais como violinos, cellos, violas, pianos. A maioria com finalidades para produção de trilha sonora de jogos e cinema. Isso ajudou muito no objetivo de tornar um pouco mais humano o processo criativo de um álbum de música eletrônica. São ferramentas avançadas que me possibilitam controlar vários instrumentos utilizando as teclas dos meus controladores no estúdio. No caso de “Bowed Piano” eu utilizei sons captados de um piano de calda, tocado direto nas cordas, ao invés de usar as teclas.
Dan: Seu novo álbum será lançado no dia 20 de outubro pela DOC Records, gravadora do Gui Boratto e distribuído pela Kompakt. A Tribaltech acontece no dia 7 de outubro em Curitiba e você é um dos artistas confirmados. Então, temos grandes chances de poder curtir todas suas novas produções e uma nova atmosfera do HNQO na TT antes do lançamento oficial?
HNQO: Exatamente. Pretendo apresentar as faixas que marcam o álbum com mais energia e em conjunto com o Fabø e suas características, criar um ambiente que nos caracterize e deixe uma lembrança nas memórias de quem estiver presente.
Dan: Você já conheceu o novo local da Tribaltech? O que achou e o que o público pode esperar do evento numa locação com aquela?
HNQO: Já fiz duas visitas e ainda não consegui conhecer todos os espaços e detalhes, mas o que ví já surpreendeu e com certeza irá surpreender as pessoas que forem para o festival.
É um grande espaço cheio de ambientes que te faz ter vontade de sair desbravando cada centímetro. Diferente de qualquer edição anterior do evento. Eu gosto muito desse tipo de ambiente e acho que ele será a nova paixão de quem for pra Tribaltech.
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