O jogo em que Ivo Wortmann escalou mais jogadores com características defensivas foi aquele em que o ataque do Coritiba melhor funcionou. Não só por ter marcado dois gols – algo que ainda não conseguira neste ano -, mas pelas chances que criou.
A relação entre a escalação e o aproveitamento ofensivo é direta. Com a entrada de Renatinho, Rodrigo Pontes e Leandro Donizete, Ivo corrigiu uma série de problemas na formação alviverde.
O meio-de-campo ficou mais racional, com dois marcadores – um deles, Leandro Donizete, com qualidade para chegar ao ataque – e um meia, Renatinho, responsável por distribuir a bola para os alas e atacantes.
Acabaram o buraco no meio, formado pelo distanciamento entre as linhas média e ofensiva, e a dificuldade do time em criar jogadas, fruto especialmente da preguiça de Marlos.
O esquema criou as condições necessárias para Renatinho e Marcos Aurélio brilharem. Os dois baixinhos decidiram o jogo no primeiro tempo, com cobranças de falta cheias de veneno, e infernizaram a zaga do Rio Branco no segundo, com dribles, tabelas, chutes a gol, passes, lançamentos.
Há seis jogos o torcedor do Coritiba esperava ver isso. Mas esperava ver com Marlos e Carlinhos Paraíba. Viu com Renatinho e Marcos Aurélio, que só tiveram essa chance porque Ivo não foi acomodado, não ficou esperando eternamente a boa vontade dos craques do time em ajudar.
*****
Marlos foi para o banco merecidamente. Claramente não está afim de jogar para o time. Entrou hoje e fez quase nada. Se continuar assim, duvido que termine a primeira fase sequer como opção no banco.
*****
A série invicta da defesa do Coritiba acabou por desatenção. Erro na saída de bola, frouxidão na marcação. É impossível atravessar um campeonato sem tomar gols, e quanto mais a invencibilidade avançasse mais ela pressionaria o time. Mas que fique a lição de que qualquer descuido por ser fatal.