Ex-Paraná e Atlético, goleiro é preso por injúria racial na Série B

Revelado pelo Paraná e ex-Atlético, o goleiro Rodolfo, atualmente no Oeste, foi preso em flagrante por crime de injúria racial no último domingo (1.º), após a vitória por 2 a 1 da equipe paulista sobre o América-MG, no Independência, em Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Civil, Rodolfo foi denunciado pelo zagueiro do clube mineiro, Messias, e teve de pagar fiança no valor de R$ 2 mil. O atleta do América-MG afirma que foi chamado de “macaco” em jogada dentro da área do Oeste, já no minuto final de jogo. O incidente gerou confusão entre os atletas. Ainda no gramado, Rodolfo se defendeu, afirmando que também era negro.
A fiança foi paga pelo Oeste. Após ser liberado da delegacia, o ex-Tricolor e Furacão voltou a negar as acusações de Messias. “O Messias não lembrava do que foi chamado. Foi o meu esclarecimento, o esclarecimento dele. E eu fui liberado. Não pedi desculpa, não fiz nada, não fiz nada para eles”, asseverou.
Já um assessor do América-MG revelou que Messias reforçou as acusações em seu depoimento à polícia, reassegurando ter sido chamado de “macaco” após uma disputa de bola. Caso condenado, Rodolfo poderia pegar até três anos de prisão pelo crime de injúria racial, de acordo com o Código Penal.
Passado
Após surgir como promessa do Paraná em 2009, Rodolfo conseguiu sua liberação na Justiça e assinou com o Internacional. Jogou apenas na base do time gaúcho, antes de ser vendido ao Atlético. Em 2012, ano em que estreou pelo Rubro-Negro, viveu um dos grandes dramas de sua carreira: foi pego no exame antidoping por uso de cocaína.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) então puniu Rodolfo com dois anos de suspensão. O goleiro recebeu amparo do Atlético e foi internado em uma clínica de reabilitação, após admitir o vício em álcool e drogas.
Em seguida, o Furacão emprestou Rodolfo à Ferroviária, em 2015 e 2016, e agora ao Oeste, clube onde vem obtendo destaque na boa campanha na Série B.
Oeste defende goleiro
“Nós, do Oeste FC, repudiamos totalmente qualquer tipo de discriminação e garantimos que nosso atleta não teve essa atitude. Rodolfo, de cor negra, é totalmente contra o racismo, além de ser um profissional de conduta exemplar no dia a dia do clube. Leandro Amaro, zagueiro do Oeste e companheiro de Rodolfo, estava próximo aos atletas quando discutiam e garante que o goleiro não usou a palavra “macaco”, afirma que houve sim ofensas, de ambas as partes, mas não foram raciais. Acreditando que não haja má fé na ação de Messias, pensamos que o zagueiro do América possa ter escutado algo de forma equivocada e no calor do momento se exaltou. Acusado, Rodolfo já deu seu depoimento para a polícia”, disse o clube em nota.