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Malandragem de Jô explica o Brasileirão e a cabeça do torcedor brasileiro

Por
Esportes Gazeta do Povo
18/09/2017 13:52 - Atualizado: 27/09/2023 19:39
Jô coloca a mão na bola para decidir jogo pelo Brasileirão.
Jô coloca a mão na bola para decidir jogo pelo Brasileirão.

Jô fez um gol de mão e disse que não percebeu – o lance irregular decretou a vitória do Corinthians sobre o Vasco por 1 a 0 pelo Brasileirão. O atacante fez o que manda a ética torta do futebol, especialmente no Brasil, onde há quem defende a malandragem, a vantagem ilícita, como meio de obter algo. Sua versão é papo furado.

Não é exagero dizer que a ‘Lei de Jô’ explica o Brasileirão e a cabeça do brasileiro.

TABELA: jogos e classificação do Brasileirão – Série A

O mesmo corintiano elogiou publicamente, em vários canais de televisão, sites e rádios, o zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, por um lance emblemático de honestidade. O camisa 9 do Timão recebeu amarelo por uma falta que não cometeu, mas o defensor são-paulino chamou o árbitro e admitiu que foi ele – e não Jô – que pisou em um colega. O juiz, então, voltou atrás.

Dentro de campo é isso: azar do ingênuo que tem pudor e perde por isso. O que vale são os três pontos. Importante é vencer, não importa como.

Eis o combustível do Brasileirão e do futebol no país, a rivalidade e a busca pelos triunfos, seja como for. As competições são fomentadas em um ambiente de extrema obscuridade, com uma justiça esportiva inócua e muitas vezes cômica, regras obsoletas, senso de injustiça constante. Isto sem contar o comando corrupto, formado por uma cúpula mais próxima do Código Penal do que  qualquer princípio esportivo.

Jô não pode ser condenado por nada. Não existe um foro adequado para ajudar a arbitragem e os sinceros. Se o fizesse, hoje seria exaltado por apenas parcela da mídia e parte considerável da população, mas acabaria visto também como o ‘mané’ por muitos torcedores, jornalistas e não teria apoio institucional do Corinthians e nem nos bastidores do futebol, entre colegas e adversários.

Isto sem contar que sempre ficará a dúvida sobre a cegueira do árbitro assistente, próximo ao lance e que nada viu. Uma dúvida que faz sentido em meio a desmoralizada combinação entre corrupção, fraude e competição.

Jô poderia ter reconhecido o toque de mão ao deixar o gramado, seria um atenuante. Mas preferiu uma versão simplória para justificar sua ação dolosa.

A mentira faz parte do futebol, lamentavelmente. E o brasileiro acha isso normal, um ingrediente para acirrar a disputa. Jô perdeu uma oportunidade de fazer história, mas por outro lado virou herói para muitos que preferem tudo como está. E segue o jogo.

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