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O novo Coritiba de Ivo

Por
Redação
15/01/2009 13:29 - Atualizado: 27/09/2023 16:25

O 3-5-2 com meias pelas alas esbarrou em Pedro Ken e Carlinhos Paraíba. A dupla manifestou que não se sentiria à vontade jogando pelos lados do campo, Ivo Wortmann atendeu e o Coritiba abrirá o ano no 4-4-2.

Nícolas França, repórter da Gazeta e ótimo observador tático, assistiu ao treino de ontem e passou algumas informações da formação alviverde, que eu reproduzo abaixo. E comento mais adiante.

– Para sustentar o meio mais ofensivo, Ivo segura os laterais. Não chega a formar uma linha de quatro defensores, mas os laterais subirão pouco e, quando isso acontecer, um por vez;

– Rodrigo Mancha precisará estar com o fôlego em dia para cobrir os colegas do meio-de-campo tanto pela esquerda como pela direita;

– A partir dele, Pedro Ken joga um pouco mais avançado, como segundo volante mesmo, e se alterna com o lateral-direito (ontem, Adriano, que deve dar lugar a Márcio Gabriel); Carlinhos Paraíba flutua pela armação e Marlos atua mais fixo pela esquerda;

– Para compensar, Marcos Aurélio fica fixo pela direita, só que avaçado, bem próximo a Keirrison – este sim, mais pelo meio.

Os comentários…

Pedro Ken e Carlinhos Paraíba são as peças-chave desse esquema. Quanto mais eles ajudarem na marcação, menor a sobrecarga sobre Rodrigo Mancha e os zagueiros. Claramente, Ivo trocou o compromisso dos dois em marcar por não usá-los nas alas.

Pela versatilidade de Douglas Silva, o Ivo poderia testar uma linha de quatro zagueiros, comum no futebol europeu. A movimentação de Marlos, Paraíba e Marcos Aurélio pelos lados compensaria a falta de um lateral ofensivo.

Basta o lateral-direito avançar e todo o resto da defesa dar um passo para a direita, ou Rodrigo Mancha recuar e os laterais subirem para Ivo ter, dentro do jogo, o 3-5-2.

Quando vão para a Europa, laterais brasileiros viram meias ou até atacantes porque aqui não existe a figura do armador pelo lado do campo. Foi assim com o ex-coxa Adriano ou com Mancini. Recusando a ala, Pedro Ken e Paraíba perdem a chance de se adaptar à armação pela lateral já aqui no Brasil.

Um ano de Pedro Ken
A diretoria do Coritiba conseguiu desarmar com boa antecedência a bomba-relógio que se tornaria o contrato de Pedro Ken. Na prática, ganha o jogador ao longo de todo esse ano.

Explico: se Ken brilhar em 2009, chegará a dezembro tendo dado retorno ao Coritiba em campo e capaz de dar ao clube um bom lucro. Passando disso, voltam os fantasmas dos pré-contratos e da saída a baixo custo.

Copinha
O ar-condicionado da redação me deu uma gripe matadora de presente de boas-vindas (há quem diga que é reação alérgica ao trabalho, não sei). Por isso e pelo fechamento não consegui me concentrar no jogo do Atlético pela Copinha.

Vi o suficiente para notar um time rápido, que orbita em torno do forte atacante Patrick, bom no papel de pivô. Espero conseguir dar mais atenção ao time contra o Fortaleza.

Assisti um pouco mais a Fortaleza x Flamengo. Três coisas sobre o Leão do Pici: Bambam faz no ataque o mesmo papel que Patrick faz no Atlético – usa a força para abrir espaço; Bismarck, camisa 10, é o jogador a ser marcado – todas as bolas passam por ele; a defesa do Fortaleza joga em linha, marca muito mal – é um campo minado.

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