“Quase Libertadores”, Copa do Brasil entra para a história como a mais injusta

A Copa do Brasil 2017 entra para a história como a mais injusta. Dos oito times classificados para a nobre quartas de final, sete ganharam um atalho ilegítimo e imoral: a Libertadores.
Quem penou, sofreu desde o início da competição, dançou, com exceção do Cruzeiro.
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Das 80 agremiações que começaram a Copa do Brasil, apenas o time mineiro continua, os demais foram beneficiados (os clubes não são culpados, mas sim a CBF) ao arrepio da lei, inclusive.
Só poderiam participar de um torneio oficial, clubes classificados de competição anterior. É o que traz os parágrafos 1º e 2º do artigo 10 do Estatuto do Torcedor. Pois bem: no caso do mata-mata nacional, não resta dúvida que se tratam dos estaduais, pois é o único que poderia ser ‘classificatório’ por ter uma hierarquia inferior.
Um dos defensores dessa tese é o engenheiro Horácio Nelson Wendel, da Infoplast Consultoria, especializado em formatação de campeonatos.
É muita injustiça de fato. Os oriundos do torneio continental só precisam jogar oito partidas para ser campeão; quem participa da Copa do Brasil desde o início precisa jogar 14 vezes para levantar a taça.
A Libertadores não poderia servir de atalho para a fase decisiva de outra competição. Todos os privilegiados foram inclusive cabeça de chave nas oitavas sem considerar nenhum critério legal. A Copa do Brasil virou assim um combo para quem entra na desejada competição sul-americana. A CBF não informa com que artifício criou esse superpoder.
De 1989 a 2012, durante 24 anos, o torneio nacional sempre foi composto de clubes unicamente oriundos dos estaduais. De 2013 a 2017, com aumento do número de clubes, passou a classificar com dois critérios – estaduais e o ranking da CBF, o que também contraria o Estatuto do Torcedor. Agora surge uma terceira regra, para desmerecer ainda mais os participantes originários da disputa.
O sorteio da nova etapa foi nesta segunda-feira (5).
Atlético-MG, Atlético, Palmeiras, Santos, Botafogo, Flamengo, Grêmio e Cruzeiro não têm nada a ver com isso. Ganharam o convite e estão desfrutando como deve ser. Mas vale questionar se isso é de fato correto, honesto e, sobretudo, justo.
Estão ilegais na Copa do Brasil, pelo Estatuto do Torcedor
10 clubes incluídos pelo ranking da CBF
São Paulo
Ponte Preta
Ceará
Avaí
Bragantino
Portuguesa
Boa Esporte
Oeste
ASA
Londrina
6 clubes classificados pelo campeonato brasileiro serie a 2016
Atlético-MG
Atlético-PR
Flamengo
Botafogo
Palmeiras
Santos
Campeão da Série B 2016
Atlético-GO
Campeão da Copa Sul-Americana 2016
Chapecoense
- Alguns destes clubes poderiam ter seu direitos assegurados pela posição nos campeonatos estaduais 2016.
RAZÕES
Ranking não é aceito.
Copa do Brasil não tem nenhum vínculo com o Campeonato Brasileiro. Campeonato brasileiro tem divisões de acesso e descenso autônomos.
Torneio hierarquicamente superior não pode classificar para torneio hierarquicamente inferior
Copa Libertadores e Copa Sul-Americana não podem classificar para a Copa do Brasil.
Estão corretas as classificações de Santa Cruz ( Copa do Nordeste ), Paysandu ( Copa Verde ), competições subordinadas à Copa do Brasil, e de todos os clubes classificados dos campeonatos estaduais.
Aceita-se que campeão da Copa do Brasil do ano anterior tenha direito – Grêmio campeão de 2016.
“A Copa do Brasil deixa de ser seletiva, virou uma composição para acomodar todos os clubes grandes do Brasil, uma forma de “convidar” e burlar o convite que o artigo 2 do Estatuto veta”, avalia Horácio Nelson Wendel.