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É incrível como realmente o tempo passa muito rápido. Lembro, como se fosse ontem, eu indo para minha primeira olimpíada, em Sydney-2000. Naquele ano, o triatlo faria sua estréia como esporte olímpico e eu estava fazendo parte da primeira seleção olímpica brasileira do esporte – era o triatleta mais jovem da Olimpíada, com 21 anos.

Tudo foi incrível. Receber aquela mala do COB com os uniformes, as roupas da seleção olímpica – um uniforme que todo atleta sonha em usar um dia. Quando recebi a mala em casa, foi uma festa, eu e minha família vendo peça por peça, vestindo, provando, tirando fotos e já imaginando como seria estar lá na Austrália com aqueles trajes.

O dia do embarque foi mais uma festa, todos meus familiares no aeroporto para a despedida, choradeira geral e lá fui eu para o outro lado do mundo disputar meus primeiros Jogos Olímpicos. A Vila Olímpica sempre é o lugar mais incrível dessa competição, com mais de 10 mil pessoas do mundo todo reunidos numa cidade só para atletas. Sim, é assim que vemos a Vila, uma mini-cidade construída para hospedar os competidores, os melhores do mundo, de todas as modalidades e países, com culturas distintas.

Imaginem quantas fotos eu tirei da Vila e de tudo que via lá. Naquele momento, o resultado não me importava muito. Estava relaxado e curtindo cada momento daqueles 21 dias que passei na terra dos cangurus. Isso me ajudarou a largar na minha prova sem pressão, o que acabou funcionando. Dos 50 atletas que largaram, fui o 22º a chegar, um bom resultado para o mascote do triatlo.

Os quatro anos seguintes passaram muito rápido e chegou a vez de Atenas, na Grécia. Lá estava eu, alinhado para disputar pela segunda vez os Jogos Olímpicos – muito mais experiente e sem aquele deslumbramento de Sydney, mais com certeza emocionado em poder estar lá outra vez, no maior evento esportivo do mundo.

Minhas tatuagens olímpicas demonstram o quanto isso tudo é importante para mim, tenho no braço direito tatuados os símbolos olímpicos de Sydney-2000 e Atenas-2004. Agora, fiz mais uma, no braço esquerdo, com o símbolo de Pequim-2008, minha terceira participação olímpica. Estou indo para a China satisfeito e orgulhoso em ter chegado até aqui, pois apenas sete atletas do mundo todo irão para a Olimpíada no triatlo – e sei que meu nome estará para sempre nos arquivos do movimento olímpico. Que venha a prova! Dia 19, estarei alinhado com mais 54 triatletas para mais um sonho realizado.

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