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Boeing 727-100, matrícula N7001U, tem nova casa (Foto: Divulgação/The Museum Of Flight)
Boeing 727-100, matrícula N7001U, tem nova casa (Foto: Divulgação/The Museum Of Flight)| Foto:
Boeing 727-100, matrícula N7001U, tem nova casa (Foto: Divulgação/The Museum Of Flight)

Boeing 727-100, matrícula N7001U, tem nova casa (Foto: Divulgação/The Museum Of Flight)

Todo avião merece um voo de despedida.

Antes de descansar, para sempre, amarrado ao chão – longe de seu habitat natural -, nada mais justo e gratificante do que sentir o vento jogando-se contra sua fuselagem e suas asas pela última vez. Nem que seja por apenas 15 minutos.

No caso do Boeing 727-100, de matrícula N7001U, a espera pelo voo derradeiro demorou. E não foi pouco.

Foram mais de 25 anos, exatos 9.180 dias. Mas a recompensa veio nesta quarta-feira (2) ao levantar voo de Paine Field, em Everett, e voar até o Boeing Field, em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos. Quinze minutos de puro deleite antes de virar peça de museu do The Museum of Flight.

Mas esse voo de despedida do primeiro protótipo da família 727, uma das mais importantes da história da aviação comercial no mundo, teimou para acontecer.

Aposentado desde janeiro de 1991 após quase 28 anos de serviços prestados à United Airlines, o N7001U foi doado para o The Museum of Flight. No aeroporto de Paine Field, em Everett, ficou no hangar de restauração da instituição.

Com 64.495 horas de voo acumuladas e 48.060 pousos no currículo, ele acabou servindo outros 727 da United com várias peças, deixando o avião impossibilitado de voltar aos ares.

Sorte que há pessoas que respeitam a memória da aviação – o Brasil poderia aprender um pouco com esse episódio – e que são loucos suficientes para colocar o Boeing 727-100 em condições de realizar um último voo.

Não foi um trabalho simples. Muito pelo contrário. Foi um processo que começou em 2004, com a chegada de peças de outros 727 que se despediam dos céus. E desde então, uma peça ali, outra aqui, três motores, e muito trabalho, garantiram uma despedida à altura da importância do N7001U. Vale citar o apoio da FedEx na empreitada.

Agora, a aeronave vai ter um lugar de honra ao lado de seus irmãos 737-100 e 747-100, ambos também protótipos.

E se agora não voará mais de vez, ao menos terá a recompensa de ser apreciado por milhares de pessoas que visitam o The Museum of Flight anualmente. Um desfecho à altura da importância desse Boeing 727-100 e da atenção dos Estados Unidos à memória de sua aviação. Aprendamos.

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