Hamburgo, Alemanha* – Desde 2004, quando a Boeing deixou de produzir o 757, as companhias aéreas ficaram órfãos de um avião de corredor único na faixa de 200 passageiros e com alcance suficiente para voos transoceânicos.
Por algum tempo, nem as empresas imaginavam que sentiriam falta. Nos últimos dois anos, porém, o mercado vinha pedindo um substituto, afinal há mais de 400 Boeing 757 em operação e próximos do fim da vida útil.
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A Boeing não demonstrou intenção de reativar a produção do 757. A Airbus relutou, mas em 2015 decidiu criar uma versão de maior alcance do A321 para se aproximar das especificações originais do avião norte-americano.
O A321LR apresenta algumas modificações em relação ao A321neo, em especial a presença de um terceiro tanque de combustível, que aumenta o alcance em 500 milhas náuticas, chegando a 4 mil no total.
A fabricante europeia projeta vender mil unidades do avião nos próximos anos, para atender rotas do Atlântico Norte e mesmo entre Brasil e Estados Unidos e também Europa. A TAP, após o investimento de David Neeleman (fundador da Azul), cogita usar o A321LR nas rotas entre Portugal e o Nordeste brasileiro.
Essa situação tem forçado a concorrente nos Estados Unidos a oferecer uma alternativa ao seu próprio 757. Por enquanto, porém, a Boeing não fala abertamente sobre o assunto e tem negado que vai lançar uma versão maior do Boeing 737-9 MAX para concorrer com o A321LR.
Apostas distintas
Enquanto a Airbus visualiza um mercado de aeronaves de corredor único para até 240 passageiros (Airbus A321neo), a Boeing entende que o mercado não vá até tão longe. Por isso, o maior avião que oferece da família 737 é o MAX 9, com 215 assentos. É nesse intervalo que a fabricante europeia acredita que entra o A321LR.
O impasse, aliás, rendeu uma piada do chefe de vendas da Airbus, John Leahy, durante o Airbus Innovation Days no fim de maio, em Hamburgo, na Alemanha.
“A Boeing ainda não batizou o avião [concorrente do A321LR], mas nós já: chamamos de Mad Max”, disse, chamando de ‘raivosa’ a possível resposta da Boeing..
Leahy tem lá suas razões para fazer piada, e não só em relação ao sucessor direto do 757. Na comparação de vendas entre o A321neo e o 737-9 MAX, a fabricante europeia leva boa vantagem. Eram 1.114 compras na carteira contra 294 (79% pró-Airbus) no fim de abril.
*O jornalista viajou a convite da Airbus.
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