O aumento no limite de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras dos atuais 20% para 49% é a melhor notícia que o setor poderia esperar nesse momento. A confirmação da mudança está em Medida Provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (1º).
Essa é uma reivindicação antiga das empresas aeroviárias. E ficou exatamente no limite que desejavam. Dá mais fôlego para investimentos e mantém o controle no Brasil.
Este ponto é importantíssimo, aliás. Há quem queira 100% de abertura, mas certamente não é uma boa ideia. Uma empresa totalmente estrangeira, com poder econômico maior, poderia criar uma concorrência predatória, prejudicando todo o setor.
A partir de agora, as empresas poderão ter acesso a um capital que tem sido escasso nesse momento econômico ruim do país. Com grandes perdas nos últimos anos, o investimento estrangeiro pode preparar o caminho para uma recuperação nos próximos anos.
Hoje, a Azul recebeu um aporte de R$ 1,7 bilhão do grupo chinês HNA, equivalente a 23,7% do valor econômico da companhia – o porcentual no capital votante é menor. No caso da Gol, a Delta Air Lines tem 9,48% de participação e a Air France-KLM outro 1,5%.
A Azul e a Gol seriam, a princípio, as mais impactadas com a medida. A Azul tem proximidade natural com recursos de fora, até pelo fundador David Neeleman, que agora é um dos controladores da TAP. Do lado da Gol, a Delta Air Lines, por exemplo, ampliou recentemente a participação na Aeromexico de 17% para 49% – este também é o limite no México. A Gol pode ser a próxima investida.
No médio prazo, é possível também que novas companhias aéreas se instalem no Brasil, nascendo já fortes, com capital estrangeiro. No fim, o que importa, são os benefícios para os passageiros, com mais opções e preços competitivos.
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