Há dez anos, no dia 27 de abril de 2005 voava pela primeira vez o maior avião para transporte de passageiros já construído no mundo. O Airbus A380 decolava de Toulouse depois de anos de espera, diversos projetos, muito dinheiro e, como sempre o acompanhou, muita incerteza.
Dez anos mais tarde, a grande aposta da fabricante europeia para o futuro ainda não venceu a desconfiança do mercado. Pelo contrário. O tempo passa e as companhias aéreas parecem cada vez mais resistentes.
Não por acaso que o último anúncio de compra do A380 foi em 17 de junho de 2013, ou seja, há quase dois anos. De lá para cá, apenas cancelamentos de sete encomendas. Números que deixam sob xeque o futuro da aeronave.
Um dos caminhos que a Airbus tem é apostar em uma versão remotorizada e com nova asa, da mesma forma que está fazendo com o A320neo e o A330neo. Seria uma forma de tornar mais econômico um produto muito caro e dispendioso para as companhias aéreas.
Enquanto não toma essa decisão, a fabricante europeia aguarda que o crescimento da demanda nos próximos anos se confirme. Levando em conta que nem todos os aeroportos têm condições de receber mais voos, colocar mais gente dentro de um avião seria uma alternativa. Mas não é tão simples assim e muito difícil de prever.
Há, no entanto, quem queira garantir a todo custo a continuidade do projeto A380. A Emirates Airlines não quer abrir mão de ter essa aeronave em sua frota. A companhia aérea baseada em Dubai tem 60 unidades e 80 encomendas. Sem contar que já acenou para a possibilidade de outras 100 encomendas, caso a Airbus invista em uma nova versão.
É entre essa “pressão” da principal operadora e a baixa procura no mercado que a Airbus tem de se colocar.
Ao todo, 18 clientes encomendaram 317 unidades do A380. Estão em serviço 159 delas em 13 companhias aéreas: Air France, Asiana Airlines, British Airways, China Southern Airlines, Emirates, Etihad, Korean Air, Lufthansa, Malaysia Airlines, Qantas, Qatar Airways, Singapore Airlines e Thai Airways International.