É muito cedo para especular qualquer coisa a respeito do acidente com o Airbus A320 da Germanwings que caiu no sul da França nesta terça-feira (24), enquanto cumpria o voo 4U-9525 de Barcelona a Dusseldorf – 150 pessoas morreram.
Por isso, é momento para evitar algumas conclusões equivocadas. Uma delas é tentar ligar o acidente ao fato de a companhia aérea ser de baixo custo ou low cost. Oferecer passagens mais baratas não significa que a empresa não é segura para voar. Não tem nada a ver.
Há rigorosas regras de manutenção para serem seguidas em todo o mundo e elas valem para companhias aéreas low cost ou de tarifas mais caras. São iguais. Em operação desde 2002, a Germanwings não tem histórico nenhum de acidentes. Apenas incidentes comuns na aviação, como parabrisa rachado, colisões com aves, odor estranho a bordo, etc.. E vale lembrar que a empresa faz parte do grupo Lufthansa, que é sinônimo de segurança.
Da mesma forma, não significa que as empresas low cost usam aviões velhos. Por acaso, a aeronave (prefixo D-AIPX) que fazia o voo 4U-9525 era um das mais antigas da frota da Germanwings. Foi fabricada em 1990. Vale reforçar que não há nenhuma ligação entre acidente aéreo e idade de um avião. Quando seguidos os padrões de manutenção, voa-se da mesma forma e com a mesma segurança.
Outra conclusão que precisa ser evitada é que o Airbus A320 não é seguro. Alguns vão lembrar do acidente da AirAsia no ano passado ou da TAM em 2007. Histórico de acidente, claro que a aeronave tem. No total, foram 18 ocorrências com vítimas.
Levando-se em conta os 6.452 modelos produzidos até hoje e os milhões de voos já executados ao redor do mundo desde 1987, é fácil cravar que o Airbus A320 é seguro. Muito seguro.
Como disse, é muito cedo para especulações. Só as investigações vão dizer com clareza o que houve com o Airbus A320 da Germanwings. E o que pode ser feito para evitar novos desastres desse tipo. Aguardemos.