Em seu sexto ano de existência, a Azul está consolidada como a terceira força da aviação comercial brasileira. Mais que isso, o ritmo do crescimento da empresa de David Neeleman indica que a companhia aérea vai brigar com Gol e TAM pela liderança do mercado doméstico nos próximos anos. E ainda com um pezinho nos voos internacionais.
Nesta semana, surgiram indícios de que esse cenário pode realmente se concretizar. As coisas parecem se encaixar. Primeiro a informação de que a empresa estaria interessada em comprar a Avianca, a quarta companhia em participação no Brasil. Nada confirmado, deixe-se claro, mas seria um bom negócio para a Azul. De cara, alcançaria pouco mais de 25% do mercado interno.
A outra indicação foi a declaração de David Neeleman, CEO e fundador, de que a empresa está interessada em adquirir até 30 aviões maiores que os Embraer 190 e 195 da atual frota, para reduzir custos e aumentar a oferta nas rotas de alta demanda. Ao invés de transportar 118 passageiros, conseguiria oferecer entre 150 e 200 assentos com aeronaves da Airbus (A320neo e A321neo) ou da Boeing (737 MAX 8 e 737 MAX 9). Neeleman confirmou esse “desejo” à Bloomberg na quinta-feira (11)
Aí que as coisas começam a se encaixar. Em caso de compra da Avianca, a frota seria acrescida de aviões de corredor único da Airbus, os A318, A319 e A320 que a ex-OceanAir opera, exatamente na faixa em que Azul pretende se expandir. Seria uma forma de encurtar o caminho, como fez com a Trip em 2012, agregando aeronaves à frota e rotas à malha aérea.
Veja abaixo a participação de mercado da Azul e das concorrentes a partir de 2008 no mercado doméstico. Somando Azul e Avianca, a porcentagem ultrapassaria os 25%. Os números de 2014 são do acumulado entre janeiro e julho.
O momento da Azul realmente parece muito bom. Tanto que pretende, no primeiro semestre de 2015, abrir o capital da empresa. A companhia aérea já havia indicado que faria oferta pública de ações em 2013, mas desistiu na ocasião. Colocando-se na Bolsa, pode ser uma boa maneira de levantar bons milhões para as movimentações futuras, seja na aquisição da concorrente ou no aumento da frota. Ou ambos.
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Tudo o que foi dito aqui vale, em geral, para o mercado doméstico. Ainda é muito cedo para encarar de frente a TAM nas rotas internacionais. O primeiro passo foi a autorização para voos entre Campinas e Florida (Fort Lauderdale e Orlando), cujas passagens começaram a ser vendidas na quinta-feira (11). Com dois Airbus A330-200, a Azul vai iniciar os voos para os Estados Unidos. Para crescer também nesse mercado, mais nove aeronaves de corredor duplo devem compor a frota (4 A330-200 e 5 A350-900) nos próximos anos.
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