
As bagagens de mão não param de crescer e estão cada vez mais parecidas com as malas despachadas nos balcões de check-in. É entrar no avião e vira aquela loucura de gente querendo, de todos os jeitos, colocar aqueles pertences gigantes nos compartimentos superiores. Até entram, mas quem vem depois não encontra mais espaço. É cena comum.
As companhias aéreas e fabricantes de aeronaves estão atentas a essa realidade e por isso estão buscando formas de aumentar o espaço nos compartimentos sobre os assentos. É a maneira que encontraram para atender os passageiros que prezam, às vezes excessivamente, pela rapidez e por não precisar retirar as bagagens nas esteiras de desembarque.
Ao mesmo tempo, é uma ajuda significativa para que os passageiros mais comedidos possam acomodar bagagens menores, independentemente de ter a “concorrência” das malas com mais cara de irem para os porões das aeronaves.
Nesta semana, a Airbus apresentou, a pedido da Delta Air Lines, um modelo de compartimento superior para o Airbus A321 com capacidade para malas de 28 cm x 37 x 61 cm. Este é exatamente o limite recomendado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que é de 126 cm na soma das três dimensões.
A Boeing também já havia apresentado um compartimento maior para o Boeing 737-900ER e para o Boeing 737 MAX 9 (ainda em desenvolvimento), sob encomenda da Alaska Airlines. No caso da fabricante norte-americana, o avião poderá acomodar 194 malas com dimensões de 23 cm x 36 cm x 56 cm (na soma, 115 cm). Uma evolução considerável, já que a mesma aeronave foi lançada em 1998 com capacidade para 77 bagagens de 115 cm. Depois houve modelos para 125 e 132 malas.
A Embraer também desenhou mais espaço para bagagens de mão nos aviões da segunda geração dos E-Jets, a E2, prevista para voar em 2018. Serão capazes de atender com tranquilidade as medidas máximas da Iata.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina 115 cm como limite para as bagagens de mão, o que deveria ser seguido pelas companhias aéreas, mas a falta de fiscalização das próprias empresas e da Anac acaba permitindo o embarque de vários pertences acima das medidas estipuladas. Sobra para o passageiro do lado.
Se Avianca, Azul, Gol e TAM entrarem na onda de aumentar os compartimentos superiores, vão ter de pressionar a Anac para adequar os limites ao padrão da Iata, pelo menos para ficar dentro da legislação. Porque, na prática, a regulamentação da agência reguladora pouco importa.
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