Todo acidente aéreo deixa alguma contribuição, por menor que seja, para a prevenção de novos sinistros e, consequentemente, para a segurança de voo. Essas são as motivações básicas de uma investigação de um desastre aeronáutico. No caso do voo MH17 da Malaysia Airlines, que foi abatido enquanto sobrevoava o leste da Ucrânia no último dia 17 de julho, o que se aprendeu foi algo diferente: o ser humano pode ser cruel.
Derrubar um avião comercial com 283 pessoas a bordo ultrapassa qualquer limite do que uma comissão de investigação de acidente aéreo pode compreender, ou melhor, tentar compreender. Em um caso como esse, não há muito o que sugerir na conclusão a não ser evitar sobrevoar zonas de risco. Aliás, uma contribuição valiosíssima e que deverá ser levada muito a sério pelas companhias aéreas e órgãos de controle do espaço aéreo.
O relatório preliminar da Junta Holandesa de Segurança sobre o acidente, divulgado nesta terça-feira (9), crava que o Boeing 777-200ER foi abatido. No entanto, no item Ações de Segurança, só há menções a futuras reuniões da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) para discutir situações absurdas como a que derrubou o avião malaio. Uma reunião com os 191 Estados membros está marcada para fevereiro de 2015.
Mesmo no relatório final, previsto para o segundo semestre de 2015, não dá para imaginar algo muito diferente. Simplesmente porque não dá para ir muito além. Vai explicar como o avião caiu, o que causou de fato a queda. Mas dificilmente, por exemplo, vai poder sugerir a implantação de sistemas de proteção, ainda mais em uma aeronave comercial. Instalar esse tipo de equipamento, para identificar ataques e lançar medidas de resposta, está fora de cogitação. Seria o fim do transporte aéreo civil.
Desse desastre aéreo ficará mesmo a lição de que não se pode duvidar do que o ser humano é capaz de fazer. E, infelizmente, fica disseminada a sensação de que voar é inseguro, exatamente no momento em que a aviação comercial mundial atinge níveis importantes de segurança.
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