737, o avião mais popular da Boeing (Foto: Divulgação/Boeing)
Embarcar em um avião Boeing, seja qual modelo for, é viajar no tempo. Apesar de toda tecnologia que hoje move cada uma das aeronaves da fabricante americana, é o passado que, de alguma forma, está voando. Acompanhando, bem de perto.
Em cada avião da Boeing ainda há um pouco da madeira, do linho, dos fios e do motor a pistão daquele B & W que tomou os ares pela primeira vez em 15 de julho de 1916.
Pode não estar no que podemos tocar ou ver, mas está no que William Boeing passou a quem veio depois. Está na mente dos engenheiros, nas mãos dos operários, na perícia dos pilotos, no sorriso dos comissários e comissárias. É voar, e voar sempre o melhor possível.
É interessante ver como a marca é forte. Há quem diga que já voou ‘naquele Boeing da Airbus’, por exemplo. O equívoco é quase natural. Compreensível. Até personagem de desenho animado tinha esse nome. Os aviõezinhos das crianças também.
Eu tive meu Boeing quando pequeno. Não era um de verdade, mas era Boeing para mim. Aliás, quando pequeno, só conseguia se via deles por aqui. Era um desfile dos 737-200 da Vasp e da Varig e dos 737-300 da Transbrasil que via pelo terraço do antigo terminal de passageiros do Afonso Pena, em São José dos Pinhais.
Não por acaso minha primeira viagem foi num deles. Um 737-300 da Transbrasil. Curitiba a São Paulo, aos 11 anos. Tenho algumas imagens mentais daquele 12 de janeiro de 1995. Admito, não são muito nítidas. Mas lembro de ser Boeing e, claro, daquele arco-íris no estabilizador vertical (na época, para mim, a cauda).
Imagino que o primeiro voo de muitos tenha sido a bordo de um Boeing. Milhares viajaram hoje, milhares viajarão amanhã. Sempre há uma história, pelo menos uma, a ser contada por alguém. Até mesmo de quem nunca pisou em um avião. É só olhar para cima e ver um avião, lá longe. Muito provável que seja um Boeing.
Difícil dizer se a Boeing continuará existindo pelos próximos 100 anos. Da mesma forma que a Douglas ou a Convair, por exemplo, a Boeing pode desaparecer. Espero que não. E espero que ela complete seus 200 anos voando ao lado de aviões Embraer, Airbus, Bombardier e outros. Assim teremos muito mais histórias.