Radar meteorológico que detecta e processa imagens de nuvens e fenômenos climáticos (Foto: Divulgação/FAB)| Foto:
CARREGANDO :)

A Rede de Meteorologia da Aeronáutica (Redemet) informou nesta quinta-feira (28) no sistema de informações para pilotos que cinco estações de radares meteorológicos foram desligadas e outras seis estão inoperantes ou com funcionamento parcial.

Essa ação foi motivada por “restrições orçamentárias”, como informou a assessoria de imprensa da Aeronáutica em nota enviada ao blog Aviões em Foco. Não há previsão de quando voltarão a funcionar.

Publicidade

As estações desligadas estão localizadas em Santa Teresa (ES), São Roque (SP), Três Marias (MG), Pico do Couto (RJ) e Gama (DF). Já os radares fora de operação ou com algum sistema inoperante estão em Petrolina (PE), São Francisco (MG), São Luiz (MA), Tabatinga (AM), Cruzeiro do Sul (AC) e Tefé (AM).

Esses equipamentos são usados para detectar e processar imagens de nuvens e fenômenos como chuva, neve e granizo, além de prever intensidade e posições futuras. Ao todo, 23 radares meteorológicos fazem parte do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab).

De acordo com a Aeronáutica, esses radares são ferramentas complementares e não são usados para o controle de tráfego aéreo. Além disso, o “Sisceab contra com outras fontes de informação para previsões climáticas, como imagens de satélite e estações meteorológicas de superfície”, informou a Aeronáutica.

Para pilotos ouvidos pelo blog, o serviço que era deficiente fica ainda mais precário. E apesar da cobertura já limitada, as informações desses equipamentos são mais precisas do que de imagens de satélite, sem contar que são atualizadas mais rapidamente.

O diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Mateus Ghisleni, explica que o não funcionamento dos radares interfere principalmente no planejamento dos voos. “É nesse momento que o piloto precisa da maior quantidade possível de informações de condições em rota”, diz.

Publicidade

O desligamento dos radares acontece na mesma semana em que a Ifalpa (International Federation Air Lines Pilots’ Associations) rebaixou o espaço aéreo brasileiro para a categoria Criticamente Deficiente (Critically Deficient, Black Star).

Isso significa que voar sobre o Brasil é tão perigoso quanto zonas de guerra, áreas sem infraestrutura adequada ou sem sistema de controle de tráfego aéreo. O motivo para o rebaixamento foi o risco baloeiro.