O nome TAP será mantido mesmo depois da privatização da companhia aérea (Foto: Divulgação / TAP)| Foto:
CARREGANDO :)

O governo português confirmou na última semana que vai retomar a privatização da TAP, a principal companhia aérea do país e uma das mais tradicionais do mundo. Entre as exigências para os interessados no negócio, está a manutenção da marca. Ou seja, quem comprar a empresa terá de manter o nome.

É uma forma de o governo se desfazer da companhia aérea sem que ela perca todo o significado conquistado ao longo de 70 anos de funcionamento. É, sem dúvida, um reconhecimento à empresa que levou a bandeira de Portugal para todo o mundo. Justo.

Publicidade

Várias empresas da Europa que foram entregues à iniciativa privada, tiveram seus nomes mantidos. Air France, British Airways, Iberia, KLM e Lufthansa, por exemplo.

O Brasil nunca teve uma companhia aérea mantida pelo governo federal. A Varig foi a que mais se aproximou disso (no início, o estado do Rio Grande do Sul detinha maioria das ações), muitas vezes confundido-se como uma estatal propriamente dita, até pela proximidade sempre evidente de seus dirigentes com os governantes. Sem contar o papel que teve de bandeira entre as décadas de 1960 e 1990.

A Varig, entretanto, não teve chance como a TAP de sobreviver. Comprada pela Gol em 2007, foi esgotada, inclusive sua imagem. A rosa dos ventos resistiu até o ano passado nos aviões da Gol. Hoje é história.

O Brasil não conseguiu manter suas grandes companhias aéreas. Não só a Varig. Antes dela, a Panair do Brasil, tinha o papel de bandeira. Teve o mesmo destino, mais trágico e rápido, em 1965, na canetada do então ministro da Aeronáutica, Eduardo Gomes. A própria REAL era imensa até 1961, quando foi comprada pela Varig.

Publicidade

A TAM que aos poucos assumiu esse papel e hoje é a principal empresa brasileira do setor, nos mercados doméstico e internacional, está com os dias contados. A marca TAM vai desaparecer ao longo deste ano como parte do processo de fusão entre ela e a LAN, que formam o grupo LATAM. Por enquanto não foi divulgado o nome da ‘nova’ companhia aérea.

Claro que, por nenhuma dessas terem sido estatais, seria muito mais difícil segurar e perpetuar as marcas. É a lei do mercado na iniciativa privada. Nas compras e fusões, sobra para o mais fraco. Uma exigência em algum artigo do contrato de venda até poderia ter resolvido. Mas aconteceu de outro jeito.

E assim, mais uma vez, a aviação comercial do país vai ficar sem uma marca forte e que seja um sinônimo de Brasil. Uma pena.