Tudo o que é falado em relação à construção da terceira pista do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, deve ser recebido com cautela. Inclusive a notícia de que representantes do governo do Paraná, da prefeitura da cidade e da Infraero se reuniram na última semana para buscar soluções para desatar o empreendimento.
O principal impedimento, hoje, é a desapropriação de uma área que ultrapassa os 800 mil metros quadrados. Um processo que está parado devido a indefinições do Decreto de Utilidade Pública do governo estadual e alterações no Plano Diretor de São José dos Pinhais.
É esse nó que prefeitura e Estado tentam desatar. Não é uma questão simples, vide que essa questão de arrasta há muitos anos, sem solução. E ainda devem entrar na conversa o governo federal, a Infraero e a Secretaria de Aviação Civil para definirem a real área necessária para a construção da pista.
O grande problema, porém, é o dinheiro. Tanto desapropriação como a obra em si necessitam de verba. E não é pouca. E aí vai ter que entrar, de novo, a questão política para que recursos do governo federal sejam repassados para o governo estadual e Infraero. Nas tratativas anteriores, não houve sucesso.
A terceira pista é um empreendimento vultuoso. Hoje, sob uma análise fria, não é uma obra necessária. A atual demanda não justifica sua construção. E dinheiro não está sobrando nos cofres do governo federal.
É verdade, entretanto, que o atual sistema de pistas impede que as companhias aéreas aumentem a presença nos horários de pico ou que iniciem algum estudo para rotas mais longas, ligando o aeroporto aos Estados Unidos e Europa, em voos sem escalas, por exemplo. Inclusive os voos cargueiros. As pistas curtas, aliadas à altitude, limitam o peso de decolagem das aeronaves.
Mais do que isso, construir a terceira pista é se antecipar à demanda futura. Cedo ou tarde será necessária. É melhor fazê-la antes do que esperar o aeroporto colapsar. Ou seja, que o poder público se agilize e, dessa vez, para valer.
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