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Os chamados “fura-catracas” são um problema para o sistema de transporte coletivo de Curitiba. Todo mundo já está cansado de pensar nisso. No último fim de semana, no entanto, o assunto ganhou um representante bem fofo: um cachorro foi flagrado invadindo uma linha do biarticulado Santa Cândida/Capão Raso – com direito a ele disfarçando a “ilegalidade”. O vídeo do momento circulou no Facebook e soma mais de 135 mil visualizações em 3 dias; confira:

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Após vasculhar na web, o Bad, Bad Server conseguiu encontrar quem era o cãozinho fora da lei: trata-se de Leleco, que possui cerca de 4 anos, e que vive há 6 meses no terminal do Portão. A informação foi confirmada pelo vigilante do local, Daniel Teixeira da Silva, 46. Ele conta que o cachorro adora passear por Curitiba dentro dos ônibus – vai do Portão ao Boqueirão, ou até o Capão Raso, sempre utilizando os biarticulados ou o Inter 2.

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Leleco surgiu do nada: algum desconhecido apenas abandonou o pequeno no terminal, já que o ponto de distribuição de ônibus também é moradia da Princesa, outro cachorro com 12 anos. A dupla tem até almofadas especiais para dormir e é tratada com doações de rações de comerciantes do terminal e de passageiros das linhas.

“O Leleco é bem brincalhão, já a Princesa é sistemática. Enquanto faço ronda pelo terminal, a Princesa sempre me acompanha. O Leleco é o contrário: gosta de passear e adora atenção”, detalha o segurança, que trabalha há 5 anos no terminal. A Urbs está ciente da dupla de animais: tentaram tirar eles dali, através de ONGs, mas eles não conseguem ficar presos e a população já está acostumada com a dupla. O órgão, então, liberou a presença deles.

Histórias

O contato com os dois cachorros é tão intenso que Daniel coleciona uma série de história. Um dia, de folga, passou na região apenas para deixar ração e ir ao Shopping Palladium com a família. “Deixei o carro na pracinha e, menos de 5 minutos depois, a Princesa já estava na frente da porta do shopping. Ela não desgruda mesmo”, lembra, entre risos.

O recorde de tempo de Leleco longe do terminal é lembrado até hoje: 6 dias completos. Princesa passou boa parte do tempo choramingando. “Isso que foi só para castrar o Leleco. Ela mal conseguia dormir”. Todo o cuidado dos bichanos fica por conta de uma veterinária voluntária, uma usuária das linhas de ônibus que viu a dupla e ofereceu ajuda. “Qualquer ferimento, problema, já ligamos para a Fernanda, que fez as castrações e toda a ajuda com remédios sem nenhum custo”, explica.

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O que fica com a história toda, sem dúvida, é o amor dos usuários com os cachorros. As três crias da Princesa, por exemplo, foram todas doadas. “A Princesa virou um patrimônio de Curitiba, e se continuar assim o Leleco também vai (risos)”, finaliza.