Com quase 2 milhões de seguidores no Facebook, o curitibano André Linhares não demonstra um passado um tanto quanto triste. Ao conversar com ele, é perceptível sua vontade de mudar o mundo com o que faz, e isso veio de uma superação pessoal: chegou a ter mais de 100 mil seguidores no Twitter, migrou para a rede de Mark Zuckerberg e trabalhar demais o colocou em depressão.
Um dos males do século XXI mudou a vida do garoto. Dedicado a ser produtor de casas noturnas em Curitiba – em paralelo com seu trabalho nas redes sociais -, André viu a pressão do mercado de trabalho sugar as suas energias. “Você se sente um morto-vivo dentro da Terra, que não significa nada e que não é importante para ninguém. Foi muito difícil”, conta.
Hoje, com 21 anos, divide sua rotina entre o Facebook – acompanhado pelo smartphone – em meio à sua própria agência de marketing, com a produção de eventos. “Agradeço sempre por estar nessa idade e com uma rotina que eu construí”.
Partindo de seu exemplo pessoal, André procura trazer mensagens positivas para suas redes e ajudar, quando possível. Saiba mais sobre sua vida no bate-papo com o Bad, Bad Server:
1 – Como começou o seu trabalho com a web?
Tudo iniciou por causa de duas vizinhas que eram fãs de Colírios da Capricho e falavam que eu era muito simpático – diferente dos meninos da revista que eram sem graça. Com elas, criamos minha conta no Twitter, sempre postando frases motivadoras e engraçadas. Aos poucos, minha conta foi crescendo, alcancei 100 mil seguidores e até cheguei a ser chamado pela Capricho. Subi diversas hashtags nos Trending Topics com meus posts e minhas twitcams. Cheguei a ficar entre as 30 contas mais influentes do Brasil.
O ser humano está muito carente de carinho, de coisas boas, então eu só tiro algumas horas do meu dia para redes sociais para postar coisas positivas para pessoas que só vem o lado negativo da vida. Aos poucos, migrei para o Facebook, até porque acabei sendo hackeado no Twitter e perdi a emoção de voltar para lá.
2 – Qual tipo de mensagem procura transmitir nas suas redes sociais?
Tento trazer empreendedorismo e colocar coisas na cabeça das pessoas, que faça com que elas saiam das cobertas e dos sofás e vão para a rua resolver os problemas dela. As pessoas infelizmente tem medo de encarar o mundo. A vida não é só ficar chorando porque o namorado terminou, a vida é muito mais bela que isso. Quero mostrar para o maior número de pessoas que a vida é mais bela do que parece ser para elas. Já recebi mais de 60 mil pessoas dizendo que eu mudei a vida delas, de algum jeito.
3 – Como é o contato com os fãs?
A minha caixa de mensagens tem mais de 100 mil mensagens e desses eu garanto que 60% são depoimentos de pessoas pedindo para conversar comigo. Só não tem como, eu acabo mandando resposta automática e atendendo as mais importantes. Teve pessoas que chegaram ao ponto de se suicidar e fiquei mais de 5 horas conversando direto com a pessoa, muitas vezes por semanas, e ela conseguiu sair da depressão. Tirei ela de lá. Vi gente dizendo que saiu da depressão, que arranjou emprego, que casou… tudo por causa da página, então não tem preço que pague.
4 – Como é a sua rotina?
Sou autônomo, tenho produtora de eventos em Curitiba e sou o único funcionário dela, então tenho meus próprios horários. Não fiz faculdade, terminei o “terceirão” com 18 anos, abri minha própria empresa e tive muitos empregos – todas as casas noturnas, o que me deixou em depressão, porque trabalhar demais deixa a pessoa louca. Eu acabei tendo que tomar remédios antidepressivos, consultar psicólogo e psiquiatra. A vida noturna acabou com a minha saúde mental e recuperei ela agora.
A grande verdade é que superei graças aos meus amigos. Deus me ajudou muito. Esse período me ajudou a selecionar meus verdadeiros amigos, porque eu você se sente um morto-vivo dentro da Terra, que não significa nada, que não é importante para ninguém. O trabalho foi um meio bom de conseguir, porque voltei a trabalhar e ver que era bom no que fazia, me deu um ânimo grande. Estou ampliando minha empresa aos poucos, que é dedicada a Marketing de Rede.
5 – Como vê juventude nas redes sociais hoje?
Dá nojo, é impressionante como as pessoas gostam de transmitir o que não tem. Como parecem que precisam mostrar os bens materiais nas redes – como se fossem a coisa mais importante do mundo. Quando na verdade, as coisas boas estão nas mais simples. Acredito que a juventude hoje tem muita força nas redes sociais, mas ainda não entenderam isso!
6 – Gostaria de deixar alguma mensagem aos seus seguidores?
Nunca deixem de acreditar em seus próprios sonhos. Cada um tem um objetivo diferente, portanto não se importe com o que o outro falar a respeito do seu trabalho ou de sua profissão. Siga o seu próprio caminho e não desista, um dia você vai chegar lá.
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