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Muitos dizem que o mundo está cada vez mais individualista e perdido. Não é bem o que Priscila Ehlers Ribeiro, mãe da pequena Luiza, de 6 anos, está sentindo. Diagnosticada com uma doença rara na medula espinhal, a garotinha ganhou uma campanha na web e está movimentando as redes sociais em Curitiba. O tratamento, que só pode ser feito em um instituto médico especializado em Barcelona, custa R$ 120 mil reais e a mãe está com diversas ações para garantir a quantia o quanto antes.
Priscila, a pequena Luiza e o pai Ricardo: campanha para salvar a filha
Em entrevista ao Bad, Bad Server, Priscila conta que Luiza já sofre com um leve autismo, mas que a siringomielia cervical torácica, uma doença grave degenerativa, mudou a rotina da pequena. Ela sente formigamento nas pernas, rigidez na sola dos pés, cansaço e muita limitação para fazer atividade física. “Os sintomas foram se agravando da metade do ano passado para cá. Certa vez, um dia após uma festa infantil em que ela brincou bastante, chegou a perder o tônus do corpo totalmente. Foi com o rosto e tudo no chão, sem defesa”.
Após consultas no Hospital Pequeno Príncipe e com um especialista em São Paulo, Priscila descobriu que apenas o Institut Chiari & Siringomielia & Escoliosis, de Barcelona, na Espanha, faz o procedimento de uma técnica extramedular, em que se reduz em 90% a chance de infecções, até de paralisia, já que foi patenteada pelo médico local.
Para fazer a cirurgia, é preciso 27 dias de internamento e 120 mil reais. O valor está sendo levantado via redes sociais, através de campanhas no Vaquinha On-line e até mesmo rifas entre familiares e conhecidos. “Por mais que batalha seja grande, vale a pena viver, acreditar e ver o apoio das pessoas, isso é bacana. Não estamos sozinhos. A união faz a força e com amor ao próximo”, acredita.
A doença e a ideia da campanha
Após uma ressonância da coluna – feita após identificar distúrbios de urina e checar se havia algo de diferente na formação da bexiga –, a siringomielia cervical torácica foi detectada, que é basicamente a presença de 3 vértebras da parte lombar não-fechadas. “Recebemos a recomendação de aguentar o quadro piorar para fazer cirurgia, com risco de paraplegia e infecções, super invasiva, com drenagem para abdome. Não aceitei. Busquei um especialista em São Paulo e encontramos esse outro procedimento na Espanha”, conta Priscila.
A ideia da campanha surgiu após descobrir que há possibilidade do governo não liberar a operação e custear os procedimentos – há outros casos no Brasil em que a solicitação foi recusada. “Para evitar que piore ainda mais e por decidir fazer a cirurgia, vi que era mais fácil e resolutivo. Estou chocada positivamente, das doações, da força que estou recebendo, porque a pressão psicológica é muito grande”, detalha.
Caso consiga a quantia – e, posteriormente, o reembolso -, a mãe prometeu reverter a verba para outras instituições sociais. “Essa mobilização de amor e apoio é incrível, sinto uma gratidão absurda e de que o mundo não está perdido. É só algumas laranjas podres que estragam nosso país. Por maior que o problema que venha a aparecer, como o diagnóstico, que no inicio não foi nada positivo, o grande sentido de tudo é não desistir para ver o sorriso e vida mais calma da Luiza de novo”.
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