Desde o último domingo (4), as redes sociais têm debatido fortemente o caso “Se nada der certo”, protagonizado pela Instituição Evangélica de Novo Hamburgo, em que crianças participaram de um “recreio temático” com roupas de gari e atendentes de rede de fast food (Leia mais no blog Caixa Zero). Vendo o fato, o consultor Marcio Ruzon, 38, resolveu se pronunciar.
Filho de porteiro, ele publicou em seu perfil pessoal um relato do seu crescimento como ser humano. O post já soma mais de 6,4 mil compartilhamentos e 13 mil reações em quase dois dias; confira:
O Bad, Bad Server entrou em contato com Marcio para falar sobre o desabafo. “Eu gostaria de ter viralizado com poesia, com os versos que escrevo pra minha filha e pra namorada, e não com um episódio lamentável desses”, diz.
Ele acredita que logo irá cair no anonimato, mas está preparado para lidar com isso. Cita Baumann para pensar nisso comentando que a “nossa sociedade é líquida”, e que seu depoimento será apenas mais um no meio da crescente desigualdade social. “Só quero, de coração, que os colégios envolvidos repensem de fato em sua política e forneçam, por exemplo, bolsas de estudos integrais para adolescentes da periferia, os filhos dos pais ‘que não deram certo’. Não vai aplacar a dor de muita gente que presenciou lamentável evento, mas vai mudar o rumo de muitas famílias”.
Com a repercussão, Márcio conta que recebeu depoimentos de outras pessoas, em casos muito semelhantes. “Chorei muito com a história de uma faxineira que cria 4 filhos sozinha. Acabei sendo um cara comum que por uma inspiração feliz me tornei a voz de muita garganta embargada. Me sinto assim ao ler cada depoimento que leio”.
“Os protagonistas disso tudo são os porteiros, as faxineiras e as garçonetes desse Brasil. Eu sou apenas um rabiscador de idéias”, finaliza.
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