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MAPS atinge 100 mil seguidores aliando memes e arte; conheça criadores
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“Somos a maior indústria de memes do mundo, tem que respeitar”. Essa frase sincera do curitibano Hermes Nichele, 23, descreve bem a sensação o quanto a internet brasileira reina na web. Recentemente, bastou Portugal, por exemplo, tirar sarro de algumas sacadas para uma guerra (de piadas) se alastrar pelo Twitter. Assim, chegamos ao sucesso da fanpage MAPS – Museu de Artes Populares, que atingiu 100 mil seguidores nesta segunda (24), ao refletir essa idolatria aos memes.

Criada em junho de 2014 pelo paulista Guilherme Stanko, 22, a intenção é brincar com arte e memes, como se fosse um grande museu virtual dos vídeos, imagens e sacadas publicadas pelos internautas que mais viralizaram. “Eu tive a ideia de colocar em quadros para meio que dizer que os memes brasileiros são tão bons e carregam tantos conceitos que poderiam estar expostos em museus”, explica o jovem, que além de se dedicar a página, é geógrafo.

A criatividade dos posts, que mesclam memes atuais até a prints do Orkut, conta também com a ajuda de um curitibano. Hermes surgiu por uma indicação de amigos de Guilherme. “Nem nos conhecemos pessoalmente! Mas estudo Arquitetura, que é onde eu tiro proveito dos conhecimentos em história da arte”, conta Hermes. “A página é uma verdadeira válvula de escape das obrigações do dia a dia”.

Arte e MASP?

Além de encaixar os memes em quadros, painéis, paredes e outdoors, a ideia dos garotos é encaixar a imagem em uma corrente artística. “Uma imagem de uma celebridade chorando, a gente consegue escrever toda uma teoria sobre o romantismo, por exemplo”, compara Guilherme (entre risos).

Fazer os outros rirem e esquecerem dos problemas é, uma das missões do trabalho do MAPS. “Várias pessoas mandam mensagem dizendo o quanto gostam da página, o quanto elas se divertem com as postagens e isso é bem gratificante porque a gente tá mudando o dia de uma pessoa com uma postagem”, revela Stanko.

Guilherme Stanko (à esquerda) e Hermes Nichele (direita): os administradores de MAPS

Guilherme Stanko (à esquerda) e Hermes Nichele (direita): os administradores de MAPS

O melhor, segundo Hermes, é a confusão que as pessoas fazem sobre ser um museu real mesmo – principalmente pela semelhança com o MASP, de São Paulo. “Tem gente que manda trabalhos de verdade achando que se trata de um museu de verdade. Ficamos meio sem jeito até de falar ‘olha isso é uma paródia, não é bem um museu’”. No período dos protestos, até convites para os atos contra Dilma e a violência policial foram recebidos. “Também evitamos ao máximo entrar em discursos políticos. Acho que isso perde curtidas e não queremos essa briga”.

Enfim, a dupla segue imersa em memes e recomenda a produção de conteúdo original, sempre ficando ligado com o que rola na rede para conseguir ter sucesso na web. “Eu tentei várias vezes antes de emplacar o museu. Pode parecer clichê, mas tem que continuar tentando sempre. Uma hora você acerta e deslancha”, finaliza Guilherme. Pelo visto, o sucesso deles está apenas começando.

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