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O mundo agradece: ‘Porta dos Fundos’ deixa de ser o maior canal de Youtube do Brasil
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Nesta segunda-feira (3), o YouTube no Brasil registrou um número importante – e que mostra uma tendência natural do site de compartilhamento de vídeos. Após um bom período na liderança, o ‘Porta dos Fundos’ deixou de ser o canal com maior número de inscritos, sendo ultrapassado pelo piauiense Whindersson Nunes, que agora soma 12.653.377 de seguidores, com uma diferença com um pouco menos de 25 mil pessoas (dado checado 04/10, às 18h45).

A novidade foi comemorada com um post emocionante de Whindersson nas redes sociais. Para quem ainda não conhece, o rapaz de 21 anos ficou famoso por diversas paródias musicais – “Qual é a Senha do Wi-fi” (Paródia de “Hello”, de Adele”) -, depoimentos sobre sessões de filmes de terror e fatos do cotidiano.

“Como tu conseguiu isso só com uma câmera, sem camisa, sem microfone, sem cenário, só com uma camerazinha?’ Eu sempre respondo, ‘Pergunta pra Deus’”, diz ele em seu agradecimento; veja:

Outro ponto importante a ser considerado neste fato é, sem dúvidas, a perda da liderança do Porta dos Fundos. No primeiro semestre, a trupe de atores e artistas foram fortemente questionados sobre terem sido autorizados a captar R$ 7,5 milhões via Ancine (Agência Nacional do Cinema) para a comédia “Contrato Vitalício”.

Com isso, o Porta virou alvo constante de críticas, com internautas alegando que são financiados pelo PT, principalmente após alguns vídeos em que ironizam a operação Lava Jato e o trabalho da Polícia Federal.

Na ocasião, o grupo respondeu os protestos com outro vídeo ironizando a situação. Mesmo assim, não foi o suficiente. A verdade é que o ‘Porta dos Fundos’ pisou em um terreno ótimo para críticas e foi conectado – injustamente – pelo fato de ter sido financiado pela Ancine.

Não vamos entrar nesse aspecto. A verdade é que o ‘Porta dos Fundos’ não está com o mesmo pique. Criado em agosto de 2012, o canal de vídeos já foi muito criativo e conseguia tratar de questões simples do dia a dia, e conseguia fazer rir.

Hoje em dia, são poucos clipes que realmente conseguem tal proeza. Um exemplo claro foi o vídeo em que utilizam Xuxa Meneghel para mostrar a popularidade de um artista – lançado em maio:

Infelizmente, Duvivier, Porchat e tantos outros já foram melhores. Não dá para negar o trabalho de cada um como humorista – que já atingem outras esferas da comunicação, com quadros em outros programas e coluna na Folha (no caso de Duvivier) -, mas seria melhor haver uma separação.

O Porta dos Fundos cresceu – chegou aos cinemas e ganhou um programa na FOX -, mas há a sensação de se forçar a risada. Os roteiristas por trás do processo todo são incríveis, mas o Porta carece de renovação extrema. Sabe aquele humorista do bairro, que todo mundo conhece e que vai ficando ali, fazendo rir, porém por conta da sua trajetória e não pela sua inovação? É um pouco disso que o Porta transmite.

O crescimento de Whindderson comprova isso: o mundo da web precisa de representantes, boas risadas, e não trupes que acabam – querendo ou não – se envolvendo com debates políticos. Infelizmente, vivemos uma cultura que, ainda, não há como debater política, religião e esporte livremente – e é exatamente aí que o Porta dos Fundos escorregou.

Outro sinal de que os tempos do Porta estão com os dias contados é a curitibana Kéfera Buchmann: com 8 milhões de inscritos, a youtuber lança nesta quinta (6) o longa “É Fada!”, que já recebe sessões de pré-estreias desde a semana passada. Em Curitiba, foram 8 salas cheias na última quinta – mas isso é assunto para outro texto.

É inegável: o Porta dos Fundos precisa de renovação, e o público já consegue sentir isso. A sua feed não está (não mais) repleta de compartilhamentos dos vídeos lançados pelo Porta. A risada tem validade – e a do Porta já passou do tempo. O mundo mudou, e precisa de novos ídolos. Que venham novos Whinddersons.

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