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Beertone: uma entrevista com o criador do pantone das cervejas

Muitas pessoas, como eu, distinguem apenas as seis cores básicas, com variações de claro e escuro. E só! Mas há aqueles com muito mais dom visual do que esse jornalista cervejeiro que vos escreve. É o caso do designer e gerente de desenvolvimento de projetos Alexander Michelbach. Brasileiro vivendo na Suiça, ele criou o Beertone, um pantone – sistema de escala de cor, utilizado principalmente na indústria gráfica – de cervejas.

beertoneA edição brasileira do Beertone traz 202 rótulos de 44 diferentes cervejarias artesanais nacionais, apresentadas individualmente como fonte de informação para apreciadores da bebida e também para quem trabalha com cervejas. No guia, os rótulos são ordenadas de acordo com a tonalidade. Em cada uma das páginas há uma cerveja diferente, com informações sobre o produto, teor alcoólico, cervejaria, temperatura ideal, IBU, site, entre outras informações.

O Brasil não foi o primeiro país a ter suas cervejas classificadas por cor. A edição inicial foi de cervejas da Suíça, lançada no país europeu em 2013. Alexander conta que fez o esboço e Daniel Eugster, então colega de trabalho, ajudou a desenvolver o produto. Para isso, foram utilizadas análises de centenas de cervejas, utilizando um espectrofotômetro para definir com precisão as cores que dariam forma ao guia. Em abril de 2013, Beertone recebeu o “A’ Design Award, Platinium”, como Idea Design 2012/2013.

A história me chamou a atenção na época de lançamento, foi notícia em diversos e sites, e fiquei curioso para saber mais. Coincidentemente, Alexander entrou em contato comigo e fizemos uma entrevista onde ele fala da origem da ideia, da criação e planos futuros. Mais coisa pode estar vindo por aí! Confira:

beertone2Bar do Celso – Como surgiu a ideia de fazer o Beertone? Por que começar na Suiça?
Alexander Michelbach – A ideia surgiu enquanto estava trabalhando até tarde no escritório, quando resolvi buscar uma cerveja no bar mais próximo, pois a noite seria longa. Pensei comigo mesmo se já existia um guia de cervejas por cor. A resposta apareceu dias depois com a publicação das primeiras imagens do Beertone.

Um dos motivos que me levou a escolher a Suiça para primeira edição é a falta de informação, ou
a pouca informação, disponível sobre as cervejas do pais nos livros e guias que hoje estão no mercado. Alguns apresentam uma, no máximo duas cervejas. A maioria, nenhuma cerveja suiça. Havia também a questão da complexidade do projeto em sua parte de pesquisa. E análise fez com que decidisse pelas cervejas da Suiça.

Bar do Celso – Você é designer. Como surgiu o seu interesse por cerveja? E por que misturar as coisas?
Alexander Michelbach – No início de carreira atuei desenvolvendo interfaces e animações para web, mas com o tempo as solicitações e necessidades dos clientes foram mudando o que me levou para a área de criação, procurando soluções diferenciadas de publicidade, ações de marketing off e online.

Sempre gostei de cerveja. Tenho um irmão que mora em Munique. E estar próximo da Alemanha ajuda manter essa paixão viva 🙂

Cores fazem parte do trabalho diário na criação de layouts. Juntar os dois mundos foi uma questão de timing. São paixões mundiais. A maioria das pessoas possui uma cor preferida, uma cerveja, ou ambos.

Bar do Celso – Todo o projeto evolui com o tempo. Quais as evoluções do Beertone até hoje?
Alexander Michelbach – O Beertone já passou por diversas evoluções, desde a ideia até a primeira publicação, durante o processo de desenvolvimento, desde da definição do projeto gráfico até a forma final. Com Edição Brasil demos um passo importante, produzindo um guia ainda mais robusto, com alta qualidade de impressão e um acabamento que nos deixou muito contentes.

Detalhes como o case de proteção, utilização de um papel mais espesso para as páginas e para a capa, são pontos que fizemos questão de aplicar nesta nova edição. Além de, é claro, a inclusão dos valores de IBU de cada cerveja e o QR-Code em cada uma das páginas – ele dá acesso ao nosso WebApp, que terá interessantes updates nas próximas semanas. E novos produtos para os apreciadores de cerveja também estão em nossos planos.

Bar do Celso – Além da edição alemã, quais os planos para o futuro no Beertone? Há outros produtos na sua mente criativa?
Alexander Michelbach – A edição alemã é uma de nossas prioridades no momento e, claro, a expansão dos pontos de venda no Brasil da edição Brasileira. Nosso objetivo é atingir livrarias, o que levaria as cervejas artesanais para o grande público.

Por estar diariamente envolvido com o tema cerveja, algumas ideias para novos produtos surgem automaticamente. Acredito que nos próximos dois meses teremos novidades, expandindo nosso portfólio.

O Beertone está à venda em diversos pontos de venda no Brasil e pela internet. Cervejarias que desejarem estar na próxima edição do Beertone devem fazer o cadastro por meio do site ou e-mail.

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