Se você é como eu e ainda não comprou o presente de Dia dos Pais, não se desespere. Ainda dá tempo. E não é tão difícil assim de escolher. Cervejas especiais podem ser bons presentes, mesmo para os que ainda não as conhecem bem.
Esse post é fruto de uma enquete que fiz via Twitter e Facebook sobre quais cervejas o pessoal daria de presente para seus pais. Perguntei também o motivo. As respostas foram variadas, mas todas tinham em comum a preocupação com o gosto dos presenteados. Há os que preferem outras bebidas, como vodka, vinho ou whisky, ou que estão começando a apreciar as cervejas especiais. Há também os que não conhecem nada desse mundo e os já experientes.
Acredito que para todos há uma boa cerveja esperando por aí. Portanto, procurei dividir essas indicações por tipos de pais. Não quero aqui exaurir o assunto e ir a fundo. Existem muitas cervejas possíveis. Quero apenas ajudar um pouco na escolha. São apenas dicas pontuais e os preços são apenas referências. Em lojas e bares, eles podem variar.
PAI DESTILADO (WHISKY, VODKA E OUTROS)
Se o seu “velho” gosta de um bom destilado, ele também pode curtir uma boa cerveja. Se aprecia whisky, por exemplo, que também tem o malte de cevada como cereal base da bebida, cervejas do estilo Scotch Ale podem agradar. São mais maltadas, adocicadas e alcoólicas. Um bom exemplo de Curitiba é a Bodebrown Wee Heavy (500 ml – R$ 16), uma Strong Scotch Ale da cervejaria escola local que ganhou medalha de ouro no concurso Mondial de la Bière, realizado esse ano em Montreal, no Canadá.
Outras boas opções são as Ola Dubh (330 ml – de R$ 28 a R$ 56), da cervejaria escocesa Harviestoun. Feitas a partir da Old Engine Oil, uma Porter densa da mesma fabricante, são maturadas em barris de carvalho francês que envelheceram whisky puro malte por 12, 16, 17, 30 ou 40 anos – que correspondem as versões da cerveja disponíveis no mercado. Quanto maior o número, menos torrado da cerveja é possível sentir e mais whisky fica presente no sabor. O teor alcoólico é de 8% ABV.
PAI VINHO
Se o negócio do seu pai é vinho, indico as cervejas do tipo Barley Wine, que em tradução livre quer dizer “vinho de cevada”. Também mais alcoólicas e adocicadas, elas tem normalmente cor avermelhada, corpo denso e até aromas de frutas vermelhas, conforme a marca. Algumas cervejas do estilo são a clássica Thomas Hardy’s Ale (que infelizmente parou de ser fabricada), a nacional Baden Baden Red Ale (600 ml – R$ 16) e a americana Brooklyn Monster Ale (330 ml – R$ 26).
Uma indicação dos leitores é a Rodenbach Grand Cru (750 ml – R$ 60), que eu ainda não tive o privilégio de experimentar. Trata-se de uma cerveja belga bastante ácida, pois é fruto de fermentação híbrida (utiliza leveduras de alta fermentação e lactobacilos), e maturada em barris de carvalho, que lhe conferem notas amadeiradas, frutadas e adocicadas. Algo realmente exótico, mas não aconselho para paladares não acostumados com sabores ácidos, como das cervejas Lambics, por exemplo.
PAI CERVEJEIRO
Para pais cervejeiros mais experientes, as famosas Trapistas são ótimas cervejas para dar de presente. Produzidas por monges da ordem dos Trapistas em apenas alguns mosteiros do mundo, estão certamente entre as melhores e são relativamente acessíveis. Pela internet, os leitores do Bar do Celso indicaram a Chimay Blue (330 ml – R$ 22), que tem toques de malte torrado e aromas frutados e florais, e a especialíssima Westvleteren 12, raramente encontrada aqui no país. Para saber mais sobre as Trapistas, recomendo ler um texto que escrevi para a coluna de cervejas do Bom Gourmet, aqui da Gazeta do Povo, e ver o CervejaCast que fiz sobre o assunto. O assunto é bastante longo e não dá para explicar tudo aqui.
Uma comemoração especial também pode ser feita com a belga Deus (750 ml – R$ 230), uma cerveja bière brut, ou seja, fabricada pelo mesmo método utilizado para fazer champagnes. Ela é cara, mas há também boas opções do estilo no mercado nacional, com as brasileiras Eisenbahn Lust (750 ml – R$ 70) e Lust Prestige (750 ml – R$ 120), além das Malheur Brut (750 ml – R$ 135) e Dark Brut (750 ml – R$ 180). Para saber mais, novamente indico o CervejaCast que fizemos sobre esse estilo.
Outras sugestões que vieram da rede são a italiana Open Baladin (750 ml – R$ 45), uma Blond Ale bastante lupulada, ou seja, amarga; a brasileira Colorado Indica (600 ml – R$ 15), uma Indian Pale Ale feita com adição de rapadura; e boas Stouts (indico Klein Bier, Murphy’s, Guinness, Antares, Baden Baden e Brooklyn) para harmonizar com aquela sobremesa de chocolate após o almoço especial de dia dos país.
PAI CERVEJEIRO INICIANTE
Se o seu pai está começando ou não sabe nada de cervejas especiais, recomendo não assustar o “velho”. Cervejas muito fortes, amargas, ácidas podem ser impactantes. Vamos preservar o coração dos paizões e “pegar leve”. Uma boa Bohemiam Pilsener ao melhor estilo Checo pode ser uma solução elegante para fugir das cervejas comerciais. Uma das sugestões na internet foi a Czechvar (500 ml – R$ 16), mas existem outras como a 1795 (500 ml – R$ 15) e até interpretações nacionais, como a Wäls Pilsener (355 ml – R$ 10).
Falando na Wäls, essa cervejaria mineira tem uma linha que agrada bastante aos paladares menos acostumados com cervejas. Eu adoro a Quadrupel (360 ml – R$ 24), estilo belga com 11% ABV, encorpada e frutada. Ela é maturada com chips de carvalho francês previamente embebidos em cachaça mineira. Também passa pelo processo de dry-hopping, que é a inserção de lúpulo no fim do processo para dar mais aroma, algo tipicamente aplicado às cervejas inglesas. Dessa mistura toda, acreditem, sai uma bela e saborosa cerveja.
KITS ESPECIAIS
Outra boa opção é montar kits de cerveja. Algumas cervejarias, como a Heineken e a Bier Hoff, nas imagens acima, oferecem o produto já pronto. Há diversos outros. Vale a pena também ir até uma loja ou bar de cervejas especiais, que é onde você poderá encontrar grande parte dessas cervejas citadas, e montar o seu próprio kit. Seu pai com certeza vai adorar o presente personalizado.
Agradecimentos especiais aos que contribuíram com sugestões: Pedro Cervejeiro, Douglas Carvalho, Homini Lúpulo, Banda São Rock, Waléria Pereira, Bebendo Bem, Alexandre D’Andréa, Ronaldo Rossi, Ricardo Sabbag, Evane Laureano, Juliana Bach, Celso Fernando Zaguini , Rulian Raphael Rorato, William Fleming e Daniela Valverde.
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