[Olá, pessoal. Para animar a segunda-feira, segue uma crônica minha no melhor estilo papo de bar publicada no Viver Bem de domingo (28)]
Quem anda de ônibus na capital paranaense está acostumado a um certo silêncio. Curitibanos típicos não são de falar alto em público. No transporte coletivo, então, há uma espécie de lei tácita determinando que não é de “bom tom” emitir sons com amplitude maior do que um cochicho. Tudo que foge à regra é normalmente censurado com olhares frios, também característicos da cidade.
No entanto, aprendi, como bom curitibano que sou, que, dependendo do assunto e humor, não se repreende ninguém. Tomados por um certo espírito vouyer, ou apenas aquele desejo que faz muita gente ouvir atrás da porta, deixa-se a conversa rolar só para ter o que comentar depois, entre exclamações de “absurdo!” ou muitas risadas. E assim, muitas conversas de celular viram motivo de chacota dos curiosos e intimidades tornam-se públicas.
Recentemente, três estudantes universitários pareciam não ligar muito para isso. Com autoridade de especialistas, o papo sobre física rolava descontraído, entre risadas e empurrões de uma viagem lotada do Pinheirinho até o Centro. O tema chamou atenção. Afinal, quem discute tal assunto rindo em pleno ônibus cheio?
– Dizem que todo o sol tem potencial para virar um buraco negro, diz uma moça.
– Isso poderia gerar o fim do universo. Toda a massa seria engolida depois da transformação até que sobrem buracos negros, acrescenta um rapaz de jaqueta de couro.
– Acho que no final todos se somariam até virar uma única e grande massa negra, completa outro rapaz, de boné.
Ela pensa e retruca:
– É uma hipótese. Mas é difícil dizer. A Física não explica os buracos negros…
– A Física clássica, alerta o de jaqueta. – A moderna já explica, mas só de forma estática.
– Mas a Física é uma ciência dinâmica.
– Mesmo assim há muitas coisas que ela não explica.
– Como o quê?, pergunta o de boné.
– Como cabe tanta gente no Inter 2, por exemplo. Muita massa, pouco espaço.
Mais uma pausa para a reflexão.
– Acho que o Inter 2 pode virar um buraco negro, devorar Curitiba e depois o planeta, diz o de boné.
Se eu fosse transformar esse papo em manchete de jornal, não teria dúvida: “Especialistas cogitam que fim do mundo pode começar em um ônibus da capital.”
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