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Os segredos de um chope bem tirado

Divulgação/Mauro Campos
Vai um chopinho aí? Não, esse vai para a gorjeta.

[Matéria que fiz para o Bom Gourmet desta quinta-feira (8). O caderno é publicado toda a segunda quinta-feira do mês]

Para se degustar um bom chope não basta uma bebida de qualidade, é necessário que ela seja bem servida. Ou, como dizem os especialistas na arte, tem de ser bem tirado. Para isso é preciso conhecer alguns segredos que mantém as propriedades da cerveja até o consumo e evitam erros, como muito ou pouco creme, bebida fora da temperatura correta ou azeda. A importância de um bom serviço, nesse caso, é tanta que existem até campeonatos profissionais de tiradores de chope pelo mundo.

Mas o que é um chope bem tirado? É aquele que respeita as propriedades da cerveja, mantendo e até acentuando as características da bebida, conforme o estilo e a marca. “Se você for a um pub na Bélgica, onde há centenas de tipos da bebida, você vai ser servido da maneira correta e no copo certo para cada uma delas. Aqui no país estamos pregando a mesma cultura”, explica Andrei Olardi, coordenador da Real Academia do Chopp, programa de excelência da Ambev que treina bares para servir corretamente a bebida.

No Brasil, as cervejas pilseners são maioria no mercado e, para tirar esse tipo de chope, há certas técnicas que André Gustavo Ramos, 23 anos, domina muito bem. Ele, que atualmente é gerente comercial do bar Aos De­­mocratas, em Curitiba, foi o campeão nacional do Brasil Master Chopp, competição de tiradores de chope promovido pela Real Aca­demia no fim do mês passado.

Ramos conta que cada passo do procedimento deve ter cuidados especiais. “Na hora de servir, tudo deve ser levado em consideração. Desde onde seguramos no copo até a temperatura do ambiente, inclinação do recipiente, a vazão do chope e até o tamanho do colarinho. Não há um segredo apenas, o importante é seguir milimetricamente todo o processo.”

Chope ou cerveja?

O chope é uma cerveja que, de forma geral, não passa por processos que visam aumentar o tempo de conservação, como a pasteurização – choque térmico que elimina micro-organismos, mas afeta o sabor. Portanto, seria uma bebida mais fresca e saborosa. No entanto, a classificação é polêmica, ex­­plica Alessandro Oliveira, presi­den­te da Associação dos Cerve­jeiros Arte­sanais do Paraná (Acer­va). “Muitos chopes passam por pasteurização, principalmente os importados. Aquela coisa que a gen­­te via antigamente, da cerveja sendo servida diretamente do fermentador para o barril, quase não existe mais”, explica.

Mas chope também pode designar a forma de servir uma cerveja, que nesse caso é tradicionalmente armazenada em barris e dispensada por meio de torneiras. Tanto é assim que nos Estados Unidos é usada a expressão cerveja sob pressão (draft beer ou draugth beer). O termo chope como conhecemos só existe no Brasil e vem do alemão schoppe, que significa em uma tradução livre “copo de meio litro”.

Serviço

É possível comprar o chope em barril e alugar o equipamento em distribuidoras de bebidas e cervejarias. Em Curitiba a distribuidora Chopp Brahma Express e a cervejaria Klein Bier oferecem o serviço. Na primeira, o chope pilsen e o escuro (dark larger) custam R$ 6,35 o litro, e estão disponíveis em barris de 10, 30 ou 50 litros. Na segunda, o chope pilsen sai por R$ 6, e o stout e o brown ale ficam em R$ 7. Tem barris de 20, 30 e 50 litros.

Cervejaria Klein Bier. Rua Augusto Dering Sobrinho, 450, Campo Largo. Telefone: (41) 3292-6909.

Chopp Brahma Express. Água Verde – Rua Pedro Augusto Menna Barreto Monclaro, 6. Telefones: (41) 3015-7722 e (41) 3333-7722. Juvevê – Rua Augusto Stresser, 462, loja 2. Telefones: (41) 3013-7752.


Confira as dicas e seja um bom tirador da bebida

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