Já foi embora a maior parte do peru, do tender e da farofa. As crianças e toda a confusão também deixaram a casa, assim como todos os presentes espalhados pelo chão. A música alta foi desligada, a sujeira já está quase toda eliminada e o silêncio vai tomando seu devido espaço.
Acabou o Natal e o que você fez?, indagaria Simone.
Além de gastar os tubos presenteando familiares e amigos e engordando horrores com a comilança ao longo do mês de dezembro, o que você tem para nos contar este ano?
Mudou de emprego? Trocou de carro? Conseguiu economizar? Separou algum dinheiro, por menor que tenha sido, para investir? Eliminou ou, ao menos, amortizou sua dívida? Conseguiu destinar uma parte das suas economias para algum sonho?
Época de fim de ano é sempre perfeita para um balanço geral, para percebermos que expectativa pode ser bem diferente de realidade. E que está tudo bem mesmo assim.
Um balanço pessoal
Neste ano, eu economizei mais do que nos anteriores, mas também me dei ao luxo de gastar com mais supérfluos, lazer, viagens. Talvez tenha que ser mais contida em 2019.
Fiquei mais atenta aos produtos de corretoras, mas penei para conciliar meus interesses com bancos e casas independentes.
Consegui equilibrar melhor meus investimentos, aumentando a fatia de risco na carteira, mas estou ciente de que agora é hora de aguentar o turbilhão que está abalando as bolsas de valores mundo afora. Desaceleração da economia americana, novos atritos do presidente Donald Trump com o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), ameaças de guerras comerciais, reformas estruturais no Brasil pela frente, novas disputas políticas e por aí vai.
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O cenário do próximo ano já está repleto de questões delicadas a serem monitoradas pelos investidores e será preciso uma boa dose de paciência para não cair em tentação.
Não vou sair correndo para vender ações, mas talvez não tenha o sangue tão frio para aumentar os aportes.
Sou humana como você e cometo erros e acertos semelhantes.
Cuidar de dinheiro dá trabalho, não vou negar, mas o resultado final é surpreendentemente reconfortante.
Por isso, como amiga, já aviso: em janeiro, vai vir chumbo grosso pela frente. IPTU e IPVA estão chegando, assim como os gastos com material escolar, férias da criançada e a salgada fatura do cartão de crédito referente às compras de Natal.
Todo ano você se lamenta, mesmo sabendo que nada mudou. Os gastos são os mesmos, assim como o arrependimento. Janeiro nunca foi para os fracos…
O que fazer, então?
Por isso, se puder dar apenas uma dica para o seu 2019, sugiro a disciplina.
Pare de passar um ano lhe queixando e mude seus hábitos.
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Busque a disciplina para dosar melhor as receitas e as despesas, para investir BEM o seu dinheiro, para não ter mais sobras na caderneta de poupança, para não sofrer com o acerto com o Leão em abril, para encaixar os seguros e o plano de saúde no orçamento, para fazer mais caridade e também para fazer sobrar para o que importa diretamente a você.
Em linhas gerais, para poder gastar sem culpa.
Que 2019 seja mais leve para todos nós. E, se não for, que estejamos mais bem preparados para lidar com as adversidades.
Mais do que isso, que nós próprios sejamos melhores para um novo ciclo que se inicia.
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