Visão de longo prazo nos investimentos é fundamental para não se desesperar com os momentos de perda. (Foto: Bigstock)| Foto:

Tem gente que escolhe o pessimismo como filosofia de vida.

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“Eu sempre soube que a Bolsa era um casino. Tinha certeza de que muita gente perderia rios de dinheiro com ela”, disse João, quando viu um amigo lamentar o desempenho de suas ações em 2002, às vésperas da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mal poderia imaginar que o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, dobraria de valor no ano seguinte…

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“Até parece que emprestar dinheiro para o governo é seguro. Só sendo completamente louco para acreditar nisso”, enfatizou João, quando lhe foi recomendado que investisse em títulos públicos vendidos pelo Tesouro Direto.

É claro que ele não quis aplicar sequer R$ 1 mil no Tesouro Prefixado quando o retorno atingiu 16,7% no início de 2016, abrindo mão de TRIPLICAR o valor em sete anos.

“Que bobagem comprar dólar tanto tempo antes de viajar. É só deixar passar a eleição que tudo se acalma”, ressaltou o mesmo João, hoje um desesperado silencioso tendo que assimilar que o gasto de US$ 10 mil projetado para as férias já aumentou em nada menos que R$ 10 mil em 2018.

Não tem jeito. Vai ter sempre gente como o João nessa vida, praticamente torcendo para tudo dar errado só para poder dizer que estava certo e esfregar o pessimismo convicto na cara da família e dos amigos.

Nem quando João perde dinheiro ele dá o braço a torcer. Ele é daquele tipo de pessoa que sempre vai olhar para o que poderia ser, o quanto poderia perder, com o copo sempre meio vazio.

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Talvez – só talvez – viver como João seja menos sofrido. Não se expor a riscos significa abrir mão da preocupação de perder dinheiro? Pode ser que sim.

Mas, por outro lado, esse pessimismo cobra seu preço, preço este que é muito maior que o de alguns anos atrás no Brasil.

Desapegue do CDI

Se no passado convivíamos confortavelmente com juros – leia-se CDI – de dois dígitos, o que garantia dinheiro fácil até para um leigo, hoje a história é outra. Com o fim (momentâneo?) dos juros fartos, o investidor brasileiro está tendo que rebolar se quiser ver seu patrimônio crescer.

Pessimistas conservadores que não suportam correr riscos maiores que os de um fundo DI estão tendo que se amparar num retorno de meros 4,35% neste ano, até agosto, descontando-se ainda a inflação de 2,85% do período.

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Com isso, deixam de lado um retorno real de quase 6% pago atualmente pelo Tesouro IPCA+, título público que ainda entrega a variação da inflação se o investidor não o vender antes da data de vencimento.

O risco? O Brasil quebrar de vez e dar calote nos investidores. Mas, se essa catástrofe acontecer, tenha certeza que a situação estará ainda mais complicada para as instituições financeiras, comprometendo sua caderneta de poupança, seu CDB e sua LCI.

Provavelmente, o pessimista também deve ter ignorado a reabertura do fundo mais lendário do Brasil, o Verde, atento apenas ao histórico mais recente. O fundo de Luis Stuhlberger vem entregando um retorno abaixo do CDI nos últimos anos, mas, desde sua criação, rende nada menos que 15.180%, ante a variação de 1.992% do CDI. Mais de 15 MIL POR CENTO.

E aí, vale olhar o curto ou o longo prazo? Melhor arriscar uma parte do patrimônio para ganhar muito dinheiro ou ficar apenas no minguado CDI de 6,5% ao ano?

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Ser pessimista e se contentar com 100% de segurança tem hoje um preço muito elevado, que pode se traduzir na estagnação da sua riqueza.

Confesso que eu quero mais é que você cresça financeiramente. Com seu salário e com os frutos de bons investimentos. Por isso, deixe de lado o pessimismo e abra um pouco seu coração – e sua carteira – para aplicações além do feijão com arroz.

Podem ser justamente elas as responsáveis por ajudar você a ver o mundo um pouco mais “verdinho”.