Aprenda a cuidar do seu dinheiro para não viver na corda bamba. (Foto: Bigstock)| Foto:

Fim de ano é sempre a mesma coisa.

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Começa a reflexão sobre as conquistas e os fracassos registrados ao longo de 12 meses, a elaboração de uma lista de novas pretensões para o próximo ano, a tentativa de realizar tudo que não foi feito de janeiro a novembro nos 31 dias de dezembro e de encontrar todo mundo que não foi visto o ano inteiro.

Sejamos sinceros: dezembro é o mês da agonia e dos arrependimentos, enquanto janeiro dá espaço para o sentimento de renovação, de nova chance. Sai a culpa, entra o alívio.

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Mesmo sabendo que todo esse sentimento é irracional, que deveríamos repensar hábitos constantemente para corrigi-los ao longo do ano, é difícil escapar dessa onda.

Por isso, antes de você fazer sua listinha de mudanças para 2019, só queria pontuar alguns alertas para furadas financeiras que você ainda pode evitar.

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1 – Não esqueça a renda fixa

Desde que a Selic começou a cair, lá em outubro de 2016, muita gente tem torcido o nariz para a renda fixa. Com os juros baixos, o pobre do investidor tem ganhado pouco com aplicações mais conservadoras. E tudo indica que o quadro vai permanecer quase o mesmo em 2019.

O Boletim Focus, documento divulgado toda semana pelo Banco Central com as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da economia, aponta uma expectativa de que a Selic encerre o próximo ano a 7,5%, levemente acima dos 6,5% atuais.

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Logo, você realmente não deverá ganhar rios de dinheiro com sua carteira de renda fixa, mas lembre-se de que é ela que traz maior segurança ao seu portfólio. Em linhas gerais, ganhe menos, mas tenha uma boa parte do seu dinheiro alocada em investimentos de renda fixa (CDBs, LCIs/LCAs, Tesouro Direto, fundos DI e companhia) como proteção. Precaução nunca é demais…

2 – Não fique superalocado em dólar

Outra recomendação clara para o ano que vem: não confunda proteção com especulação. Não tente investir na moeda americana para ganhar dinheiro em 2019. Sei que a tentação é grande, especialmente por conta da alta de quase 18% do dólar neste ano em relação à moeda brasileira. Mas se tem uma variável difícil de se prever é a taxa de câmbio.

Só para você se recordar, o primeiro Boletim Focus deste ano indicava o dólar cotado a R$ 3,34 ao fim de 2018, nada menos que 17% abaixo do valor atual.

Ainda que você tenha lucrado com a moeda americana nos últimos tempos, não pense e nem torça para repetir o feito em 2019. Siga com a estratégia de ter o dólar apenas como um seguro da sua carteira, representando no máximo 10% do total investido.

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3 – Não invista nos melhores fundos de ações e multimercados de 2018

Este terceiro alerta é mais para chacoalhar você mesmo. Você até pode investir nos fundos que tiveram boa performance neste ano, batendo de longe o Ibovespa ou o CDI. O problema é aplicar neles apenas pelo bom desempenho recente.

Esta época do ano apresenta uma série de tentações para o investidor menos experiente. Tem quem tire dinheiro de um fundo unicamente por conta de um desempenho aquém do esperado em 2018 ou, pelo contrário, reforce as aplicações de olho apenas na baita alta no ano.

Veja, investir num fundo de ações ou multimercados exige paciência e a escolha do ativo demanda uma análise minimamente exigente, isto é, que vai além de um ano. Como seu fundo tem performado ao longo dos últimos cinco ou até dez anos?  Esse histórico é muito mais importante do que míseros 12 meses.

Muitos gestores andam se gabando de terem batido o benchmark em 2018, mas têm vergonha de mostrar o passado. Logo, arregace suas mangas e procure saber mais sobre seus fundos de investimento. Várias corretoras contam com ferramentas de análise e comparação de desempenho dos fundos, assim como a Vérios e a Magnetis.

4 – Não substitua sua dívida por um investimento

Começou 2019 endividado? Sem problemas, quase todo mundo já passou por isso. O problema é que, inundada de anúncios, e-mails e ligações de bancos e corretoras para não perder a tal da “oportunidade da vida”, muita gente acaba investindo por medo ou total ambição, ainda que siga pagando parcelas gordas de juros todo mês.

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Já cansei de falar, mas irei repetir quantas vezes precisar: não vale a pena investir no mercado financeiro estando endividado! Ainda que possa até estar diminuindo, o custo do crédito no Brasil ainda é muito alto ­- a taxa média de juro cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito para pessoas físicas era de 30,4% em outubro.

Se você tem uma dívida, como um empréstimo pessoal ou um financiamento, não pode de forma alguma arriscar perder o dinheiro reservado ao seu pagamento. Portanto, só poderia investir em algum produto muito seguro, que rendesse perto do CDI ou da Selic. Como certamente o custo efetivo total da sua dívida supera 6,5% ao ano, é preferível tentar quitá-la o quanto antes para somente depois começar a investir. Não entre numa bola de neve de dívida. Na dúvida, prefira o conservadorismo.