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A partir da próxima quinta feira (20.02) e até 01 de março, a cidade de  Berlim se  transforma na meca do cinema mundial sediando a comemorativa 70ª edição da Berlinale.

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Iniciado no já longínquo 06 de junho de 1950, o festival  teve sua primeira edição com “Rebecca”, de Alfred Hitchcock estrelado por Joan Fontaine, como a grande homenageada daquele ano.

Criado por americanos que ocupavam parte da cidade depois da 2ª Guerra Mundial, e por iniciativa pessoal do oficial Oscar Martay, o nome original era então Berlin International Film Festival.

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Abertura

O canadense  Philippe Falardeau, abrirá a Berlinale/2020  com a estreia mundial de “My Salinger Year”.  Estrelado por Sigourney Weaver e  Margareth Qualley, o filme segue a aspirante a poeta Joanna (Qualley), que trabalha como assistente da agente literária Margaret (Weaver).

Esta edição  marca também o primeiro ano do italiano Carlo Chatrian – nascido em Turim em 1971 –  como o novo Diretor Artístico e Mariette Rissenbeek como  Diretora Executiva.  Chatrian substituiu Dieter Kosslick que se despediu em 2019, após 18 anos à frente do evento, tempo em que imprimiu forte viés político à Berlinale.

Os novos organizadores anunciaram a criação de uma nova mostra competitiva intitulada “Encontros”.  Foram  extintas as paralelas,  Culinary Cinema e NATIVe, voltada para produções de temática indígena. Os  títulos que integrariam essas seções foram incorporados em outras mostras.

BRASIL

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Os brasileiros tem uma das melhores participações  dos últimos anos – a principal delas na competição  oficial, concorrendo ao Urso de Ouro com “Todos os Mortos”, de Marco Dutra e Caetano Gotardo.

O filme é um drama de época, na passagem do século 19 para 20, que retrata a história de três mulheres que não conseguem se adaptar à  modernização da cidade de São Paulo no período e  vivem de suas memórias na fazenda da família.

O Brasil conquistou o cobiçado troféu em 1998 com “Central do Brasil”  e em 2008 com “Tropa de Elite”. E  disputou pela última vez em 2017 com “Joaquim”, de Marcelo Gomes.

O júri da mostra, presidido pelo ator britânico Jeremy Irons,  terá a participação do crítico e cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho, autor de “Bacurau”, que ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes.

Os brasileiros estão também em várias paralelas,   totalizando 18 filmes em produções e coproduções.

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Na Panorama – “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani;  “O Reflexo do Lago”,  de Fernando Segtowick;  “Vento Seco”, de Daniel Nolasco;  e Rã, de Julia Zakia e Ana Flávia Cavalcanti, que concorrerá  na mostra de curta-metragem.  O cineasta brasileiro Karim Aïnouz, radicado em Berlim, apresentará seu novo filme Nardjes A. (coprodução com Argélia e França).

Na Geração – “Meu nome é Bagdá”, de Caru Alves de Souza;  “Alice Júnior”, de Gil Baroni; e “Irmã”, de Luciana Mazeto e Vinicius Lopes.

Na Fórum – “Luz nos Trópicos”, de Paula Gaitán; e “Vil, Má”, de Gustavo Vinagre.

Na Fórum Expanded – Apiyemiyeki?, de Ana Vaz (produção com França / Holanda e Portugal); (Outros) Fundamentos, de Aline Motta;  Jogos Dirigidos, de Jonathas de Andrade;  Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.;  e Letter from a Guarani Woman in Search of Her Land Without Evil, de Patrícia Ferreira, que é considerada a representante mais ativa do cinema indígena brasileiro.

Produções conjuntas

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O  Brasil marca presença   ainda nas  coproduções:  “ChicoVentana también Quisiera tener un Submarino”, de Alex Piperno – coprodução brasileira Desvia (Uruguai /Argentina / Holanda / Filipinas (Fórum);  Los Conductos, de Camilo Restrepo – Colômbia –  coprodução brasileira  If You Hold a Stone  (Encounters); e Un Crime Común, de Francisco Márquez (Argentina), coprodução brasileira Multiverso (Panorama).

MOSTRA OFICIAL

O programa é constituído de 18 filmes, de 18 países, com 16 estreias mundiais.

Além do brasileiro   “Todos os Mortos”, outros destaques da mostra oficial incluem: “Le Sel des Larmes”, de Philippe Garrel – França / Suiça; “Days”, de Tsai Ming-Liang – Taiwan; “The Roads Not Taken”, de Sally Potter - UK; “Undine”, de Christian Petzold – Alemanha /França; “The Woman who Ran”, de Sang-Hoo Hong (Coreia do Sul); e “Siberia”, do polêmico Abel Ferra – Itália / Alemanha/ México.

“Pinóquio”, do diretor italiano Matteo Garrone, que terá sua estreia no festival, será exibido em Gala Especial. O filme – uma releitura do herói de Carlo Collodi –  é estrelado por Roberto Benigni (Geppeto) e Federico Ielapi, no papel do boneco de madeira que sonha  ser de carne e osso.

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PARALELAS

1 – Panorama

A delegação europeia domina a mostra –  com ênfase na França e Alemanha e também com  títulos da Áustria, Bélgica, Itália, Suécia, Federação Russa e Dinamarca – mas  há também filmes dos EUA, UK,  Índia, Singapura, Croácia, Argentina e Mongólia. Foram selecionados 18 filmes, incluindo onze estreias mundiais e cinco estreias na direção, que abordam temas  como pós-migração, conflito de gerações e outras turbulências do mundo atual.

2 – Fórum

A Fórum  abrirá com  o aguardado “El Tango del Viudo”, de  Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento. Ruiz filmou o material no Chile em 1967, mas não conseguiu terminá-lo antes do seu exílio em 1973, o que foi realizado agora por Valéria, sua viúva (o diretor  faleceu em 2011).

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A Mostra, que está completando 50 anos, selecionou 35 filmes com  28 estreias mundiais.

3 – Encounters

Criada nesta edição pela nova direção do Festival, um dos títulos mais aguardados  é “Malmkrog”, de Cristi Puiu, que vai abrir a Mostra constituída de 15 títulos que concorrerão  aos prêmios de melhor filme, diretor e Prêmio Especial do Júri.

RETROSPECTIVAS E HOMENAGENS

Na retrospectiva, o destaque é uma seção de  clássicos mostrados no ano em que a Fórum  foi fundada (1971), que entre outros, exibirá o “Obsessão” de Luchino Visconti

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A atriz inglesa Helen Mirren  será homenageada com o  tradicional Urso Honorário, troféu pelo conjunto da obra.

TÍTULOS DA MOSTRA OFICIAL

Berlin Alexanderplatz, de Burhan Qurbani – Alemanha / Holanda

DAU. Natasha, de Ilya Khrzhanovskiy, Jekaterina Oertel – Alemanha / Ucrânia / UK / Federação Russa

The Woman Who Ran, de Hong Sangsoo – República da Coréia

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Delete History, de Benoït Delépine, Gustave Kervem – França / Bélgica

The Intruder, de Natalia Meta – Argentina / México

Favolacce, de Damiano & Fabio D’Innocenso – Itália / Suiça

First Cow, de Kelly Reichardt – EUA

Irradiés, de Rithy Panh – França / Camboja

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Le Sel des Larmes, de Philippe Garrel – França / Suiça

Never Rarely Sometimes Always, de Eliza Hittman – EUA

Days, de Tsai Ming-Liang – Taiwan

The Roads Not Taken, de Sally Potter – UK

My Little Sister, de Stéphanie Chuat, Véronique Reymond – Suiça

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There is No Evil, de Mohammad Rasoulof – Alemanha / República Tcheca / Irã

Siberia, de Abel Ferrara – Itália / Alemanha / México

Todos os Mortos, de Caetano Gotardo, Marco Dutra – Brasil / França

Undine, de Christian Petzold – Alemanha França

Hidden Away, de Giorgio Diritti – Itália

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