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A Geração é uma das paralelas mais prestigiadas do Festival de Berlim.  Destinada aos adolescentes, o júri para escolha do melhor filme é também constituído de jovens nessa faixa etária.

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Um dos destaques  da Mostra foi “Irmã”, de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes sobre o feminismo e a luta pelos direitos das mulheres.

A história segue Ana e Julia, duas irmãs adolescentes que, quando a doença de sua mãe Irene se agrava, vão ao encontro de seu pai no interior do sul do Brasil. Mas elas não estão  em busca de abrigo e proteção, mas sim em busca do direito de serem donas do próprio destino. No caminho, encontram fantasmas, monstros marinhos, superpoderes e dinossauros.

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Em entrevista à Gazeta do Povo, Luciana e Vinícius falaram sobre o cerne do filme, a transformação em road movie e o viés que tem com a paleontologia.

“Na medida em que se transforma num road movie, o filme encontra também esse outro tema do nosso interesse que é a paleontologia.  Para isso, levamos nossa história à pequena cidade de Mata, que guarda fósseis de répteis e árvores petrificadas de 200 milhões de anos.

Essa cidade pouco conhecida no interior do Rio Grande do Sul  foi o cenário para trabalharmos, em outras camadas:  as noções de esquecimento histórico, de resistência de costumes e do choque gerado pelo confronto com outras formas de entender o mundo”,

detalharam os diretores acrescentando que é nessa cidade que se concretiza o reencontro entre Ana, Julia e o pai, que as abandonou, mas ainda resiste a deixar de exercer o poder paterno sobre elas.

“Utilizando simbologias como a ameaça de destruição por um asteroide e uma estranha epidemia que atinge mulheres em todo o país, tentamos criar um universo pré apocalíptico  que trouxesse uma sensação de urgência, de uma ruptura iminente com esse cenário, que encontra paralelo com a jornada das duas irmãs.

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Queríamos contar uma história sobre um possível recomeço e sobre o fim de tudo, sobre permanência e mudança”, destacaram

expressando  o que representa a seleção de “Irmã” para a Berlinale.

“Berlim é um dos maiores festivais do mundo. Ter o nosso primeiro longa-metragem e de boa parte da equipe, em um evento dessa importância, é um momento decisivo para todos nós. Principalmente com um projeto feito de maneira totalmente independente com poucos recursos e uma equipe reduzida, que apostou com a gente e abraçou um desafio tão grande. Isso torna essa seleção algo muito especial”,

Sobre a expectativa dos resultados para o filme, os diretores esperam que os espectadores, arcando na fantasia e na situação extrema presente na narrativa, se conectem emocionalmente com a história dessas duas irmãs.

“Achamos que o público, ao ver as personagens nessa situação limite, pode se identificar e refletir sobre suas próprias experiências: de perda, de enfrentamento de desafios e questionamento de paradigmas, mas também de um afeto que nos inspira a seguir em frente”.

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