“Berlin Alexanderplatz”, de Burhan Quibani – concorrente ao Urso de Ouro na mostra oficial – teve hoje uma lotadíssima sessão para a imprensa.
O motivo inicial pode ter sido o fato da filmagem ter por locação a cidade de Berlim. Mas o ótimo filme de Quibani justificou plenamente a receptividade da plateia.
O filme é uma moderna adaptação de um dos maiores romances do século 20 , de Alfred Döblin.
A historia segue Francis, 30 anos, único sobrevivente de uma travessia ilegal da África que, ao acordar em uma praia no sul da Europa, faz um juramento a Deus: a partir de agora ele quer ser um homem novo, melhor e decente. Logo após, Francis se encontra em Berlim, onde percebe o quanto será difícil cumprir o juramento, sendo um refugiado ilegal na Alemanha, sem documentos, sem nação e sem permissão de trabalho.
Quando recebe uma oferta atraente do carismático alemão Reinhold, 31, para ganhar dinheiro fácil, Francis inicialmente resiste à tentação, mantém seu juramento e fica longe dos negócios obscuros de Reinhold. Mas eventualmente será sugado para o submundo de Berlim e sua vida sai de controle.
Por sinal, a expectativa com o filme já começou na conferência de imprensa de 29 de janeiro último, quando foram anunciados os títulos da competitiva oficial, Respondendo à pergunta de um jornalista sobre “Berlin Alexanderplatz” Carlo Chatrian, diretor da Berlinale declarou.
“Nós não fazemos filmes, nós os recebemos e não iniciamos uma seleção com uma ideia em mente. Mas ficamos felizes quando vemos filmes que homenageiam os diferentes rostos de Berlim, como esse por exemplo”, destacou.
Na coletiva após a prévia para a imprensa, Quibani chegou acompanhado dos atores e demais membros da equipe.
O cineasta de 39 anos começou falando sobre a importância da música no filme.
“Ela teve um grande destaque, queríamos criar uma experiência dimensional para os espectadores, através do design de som”, explicou o diretor.
Bunguê, por sua vez, analisando o personagem, disse:
“Por causa da minha vivência, sempre senti necessidade de ser autor de minha própria arte, o que me permitiu transpor muita força para o papel”, ressaltou ele que ficou bastante emocionado durante a coletiva, a ponto do diretor do filme em um determinado momento levantar e lhe dar um abraço.
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