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Bonitinho só queria comida
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Eu moro em um condomínio fechado com um bom espaço externo e o aproveito para passear com meu cachorro. Faço isso todos os dias. Ontem, durante nosso passeio matinal, tive uma surpresa: um cão de rua entrou lá. Digo surpresa porque raramente isso acontece, pois é difícil passar pelo portão, que sempre está fechado.

Ele era uma graça, alto e com olhos bem verdes, mas o que me deixou chateada é que, como a maioria dos animais de rua, era bem magrelo. Compadecida, corri no meu apartamento buscar comida. Peguei, claro, as do meu cão. Ração, sachê de pedaços moles de carne e um osso com sabor de frango.

Subi escadas, esbaforida, com medo que o cachorro fosse embora sem se alimentar. Quando voltei, para a minha sorte, ele continuava por lá. Não pensou duas vezes, “mandou ver” tudo que eu dei e, pelo jeito que comeu, devia estar com muita fome. Para garantir, fiquei lá sentada ao lado dele, esperando para ver se precisaria de mais ração. Enquanto isso pensava nas protetoras de animais que eu conheço para ver se alguma poderia ficar com ele.

Depois da barriga cheia, ele começou a andar por ali. Duas garotinhas, de uns 5 anos, ficaram fascinadas com o cão e o apelidaram de Bonitinho. Brincaram com ele, agradaram, mas como era hora do almoço, logo voltaram às suas casas. Eu tive de fazer o mesmo. Então, sozinho, ele deitou perto de um carro e tirou um cochilo. Como da janela do meu apartamento dava para vê-lo, fiquei cuidando, na esperança de ter uma ideia brilhante e arrumar alguma solução.

Infelizmente demorei demais. Em um piscar de olhos ele se levantou, foi embora e eu, que olhava na janela a cada cinco minutos, o perdi. Depois, para me consolar, comecei a pensar que Bonitinho só queria comida. O que ele deve gostar mesmo é de andar por aí, conhecendo pessoas e condomínios.

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