No começo de junho os jornais do país inteiro mostraram um episódio absurdo de violência contra cães na cidade de Santa Cruz do Arari , no Pará. Segundo investigação do Ministério Público, o prefeito ofereceu dinheiro para quem tirasse os cães das ruas e sumisse com eles (R$ 5 para cada macho e R$ 10 por fêmea). O resultado foi assustador: centenas de animais foram levados à Ilha de Marajó e abandonados lá. Ficaram sem comida e água e alguns sofrerem agressão física. Apenas 104 sobreviveram.
Mas, como felizmente as ONGs de proteção estão espalhadas pelo Brasil e não descansam, há duas semanas os animais foram resgatados e encaminhados a um abrigo. Lá, eles ganharam ração – boa parte doada por fabricantes – e cuidado veterinário, além do carinho dos voluntários. A pedido do Ministério Público o prefeito foi afastado.
É impressionante como algumas pessoas compram rápido ideias cruéis como essa do prefeito. Por causa de um troco de nada são capazes de atos absurdos, de extrema violência. É duro concluir isso, mas aposto que se fosse um mutirão de resgate não teria um décimo da quantidade de animais que foram enviados à ilha, mesmo que a prefeitura pagasse para as famílias sustentarem os cães.
Claro que por outro lado existe muita gente boa – prova disso são os voluntários da ong. Mas, embora eu não tenha os números, tenho certeza que a proporção de gente disposta a ajudar foi bem menor do que o número de participantes dos atos de maus-tratos. Queria muito estar enganada.