O paranaense Vanderlei Cordeiro de Lima não sai da memória do padre irlandês Neil Cornelius Horan, seu eterno algoz.
O homem que atacou o maratonista na Olimpíada de Atenas-2004 (o brasileiro estava na liderança e próximo da vitória) afirmou ao jornal The New York Times que ficou com raiva ao ver o brasileiro acender a pira olímpica na cerimônia de abertura da Rio-2016, na última sexta-feira (5).
“Eu olhei para Vanderlei e pensei: ‘você não seria a estrela que é hoje se não fosse por mim'”, afirmou o padre, que foi afastado do sacerdócio após o ocorrido.
Vanderlei ficou com a medalha de bronze. Em 2015, foi premiado com a medalha Pierre de Coubertin pelo espírito olímpico.
De acordo com o jornal, Cornelius tentou se reconciliar com Vanderlei, mas não obteve resposta. O irlandês diz ter enviado duas cartas em português que nunca foram retornadas.
“Realmente gostaria de conhecer ele e sua família. Ele falhou miseravelmente no básico da decência humana e da cortesia”, disse o invasor, que também afirma ter se sentido atacado porque o paranaense o teria chamado de fanático.
“Vejo isso como um ataque pessoal a mim, a minha missão cristã e ao próprio Cristo”, completou o religioso, que acredita que o fim do mundo será em breve e por isso tentava interromper competições para chamar a atenção.