As férias dos noruegueses Bernt Myrer, 40 anos, e Bjornar Skogstad, 38, no Rio de Janeiro seguem uma rotina.
A dupla, que alugou uma apartamento perto da Vila Olímpica, passa o dia em frente ao local de entrada e saída dos atletas. Chegam por volta das 10 horas e saem quando está escuro, perto das 22 horas.
Com uma lista de todos os medalhistas olímpicos da história a tiracolo, esperam até avistar um esportista de quem ainda não tenham o autógrafo. Aí, entregam um cartão de papel em branco para “capturarem” sua nova assinatura.
“Muita gente têm hobbys estranhos”, confessa Myrer, que é economista, e sabe que seu passatempo pode parecer diferente para muita gente. Sua paixão já dura 30 anos e a primeira assinatura que pegou foi a de um atleta austríaco de esqui.
Ambos estão em sua quinta Olimpíada e não pretendem parar tão cedo. Grandes nomes, como Usain Bolt e Michael Phelps já estão emoldurados na coleção dos noruegueses. “Temos do Emanuel [curitibano do vôlei de praia] também. Conseguimos em Pequim”, fala Skogstad.
Mas quando o alvo não é fácil de identificar, usam outra estratégia. Ao avistar um grupo de atletas uniformizados de determinado país e modalidade, procuram na lista para saber por quem chamar. As vezes dão sorte.
“Acabamos de conseguir a assinatura de um levantador de peso da Indonésia”, comemora Myrer. A maioria dos atletas é amigável e não recusa deixar sua marca no papel. Segundo eles, americano, chineses, japoneses e coreanos são os mais “chatos”.
O plano é ter entre 600 e 700 autógrafos até 21 de agosto. Os noruegueses garantem que não vendem as assinaturas, mas estão abertos a trocas.
No fim da entrevista, eles perguntam quais os pontos turísticos da Cidade Maravilhosa. Cristo Redentor e Pão de Açúcar, ouvem como resposta.
“Que bom. Acho que vamos lá. Os atletas gostam desses lugares”, terminam os caçadores de autógrafos.