A seleção feminina de futebol conseguiu na noite de sexta-feira (12) o que a masculina não consegue há muito tempo: parar o país.
E, ironia, a classificação à semifinal da Rio-2016, com vitória por 7 a 6 nos pênaltis, após empate em 0 a 0 com a Austrália, foi no mesmo estádio da maior humilhação do futebol nacional, o Mineirão do 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa de 2014.
A classificação à semifinal da Rio-2016 veio nas mãos da goleira Barbara, que defendeu dois pênaltis e livrou a craque Marta, que perdeu uma cobrança, de ser injustiçada como a pivô da desclassificação prematura.
Mas a vaga veio também no apoio da arquibancada, que desde o início dos Jogos decretou: Marta é melhor que Neymar e, hoje, é muito mais legal torcer para a seleção feminina do que para a masculina.
A equipe comandada pelo ex-técnico do Atlético Vadão não tem o dinheiro da seleção masculina – aliás, nem clubes elas têm, jogam apenas na seleção permanente. Algumas podem até assinar transferência para algum clube europeu após a Olimpíada. Entretanto, nenhuma vai ter um contrato como o de Gabriel Jesus para trocar o Palmeiras pelo Manchester City por 32 milhões de euros.
As comandadas de Vadão, porém, têm algo que falta há muito tempo nas estrelinhas do time masculino: carisma e, principalmente, vontade de vencer.
Ao contrário dos marmanjos, assim que a Olimpíada acabar elas não terão seus empregos bem pagos garantidos. Terão de procurar uma vaga em algum time para seguir a profissão que escolheram.
Sem ajuda de empresários, terão de negociar contratos sozinhas. Barganhar para conseguir uma boa proposta que não vai chegar nem perto do que é oferecido aos jogadores. A mesma luta de quem as tem aplaudido em todos dos jogos.
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