Desde que o Blog da Vida começou a funcionar, em janeiro de 2013, tive a oportunidade de entrevistar pessoalmente ou por telefone diversas lideranças do movimento pró-vida de todo o país. É graças a esse contato que foi possível escrever a matéria que o site Sempre Família publicou hoje sobre da história desse movimento no país, de acordo com os depoimentos desses entrevistados.
Quando comecei a trabalhar nessa pauta enfrentei uma dificuldade já esperada. Não há nenhuma biografia sobre o tema disponível em língua portuguesa. Isso torna o testemunho das pessoas que estão à frente da luta pelos direitos do nascituro ainda mais precioso.
Fico feliz em poder compilar as memórias e opiniões desses homens e mulheres que tem trabalhado pela garantia fundamental do direito à vida, desde a concepção. É evidente, no entanto, que não pretendo exaurir o assunto. Trata-se apenas de uma contribuição.
Vocês verão que ao longo do texto também fiz algumas análises do que considero ser a atual realidade do movimento. Espero que gostem e que se sintam motivados a compartilhar o texto.
Leiam abaixo um trecho. A íntegra da reportagem está no site Sempre Família.
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Movimento pró-vida se organiza e cresce no Brasil
Eles juntam milhares em manifestações de rua, contam com o apoio de juristas, cientistas, políticos, artistas e, desde que aprenderam a se organizar, contabilizam mais vitórias do que fracassos. As pessoas que estão na linha de frente na luta pela proteção da vida humana, da concepção à morte natural, herdaram o nome movimento pró-vida de realidades sociais semelhantes que surgiram primeiro no exterior, mas a versão brasileira têm características bastante específicas.
Do mesmo modo como ocorreu com norte-americanos, ações mais estruturadas para garantir o respeito à vida humana no ventre materno só vieram depois que as ameaças se tornaram mais evidentes. Nos Estados Unidos, a polêmica legalização do aborto via Suprema Corte, ocorrida há 42 anos, foi o estopim para a articulação de uma rede que envolve ONGs, associações, igrejas e outras entidades preocupadas com o respeito à vida de bebês em gestação. Os envolvidos impulsionam leis estaduais que limitam as consequências da sentença federal, fazem campanhas de conscientização, protestos em público e denunciam a atividade de clínicas que obtêm altos lucros com a realização de abortos.
Brasil
Por aqui, a descriminalização não ocorreu, mas tentativas não faltaram. Apenas três anos após a promulgação da Constituição Federal teve início a tramitação do Projeto de Lei 1.135/1991, dos então deputados Eduardo Jorge (PT-SP) e Sandra Starling (PT-MG). O texto pretendia suprimir o artigo do Código Penal Brasileiro que caracteriza o aborto como crime. A proposta é apontada por lideranças pró-vida como o mais evidente sinal de que a dignidade da vida humana corria riscos reais de ser oficialmente desprezada pelo país. O momento exigia uma defesa mais articulada. “Não se tem uma data específica sobre quando nasceu o movimento, mas podemos afirmar que, a partir da apresentação desse projeto, a organização pró-vida no Brasil ganha um impulso maior”, diz Jaime Ferreira Lopes, secretário nacional da ONG Brasil Sem Aborto.
Há registros de iniciativas organizadas em favor da vida dos nascituros no Brasil desde a década de 70, mas o aperfeiçoamento na articulação entre diversos grupos é recente. O ex-deputado pelo PT e ativista pró-vida, Luiz Bassuma, cita o mesmo Projeto de Lei 1.135/1991 para explicar as atuais características do movimento. Ele destaca, no entanto, que a proposta ficou parada na Câmara por quase 15 anos e foi somente no primeiro ano do governo Lula, em 2005, que a situação se agravou. “Naquela ocasião, todas as esferas do governo eram favoráveis à legalização. Não apenas o presidente da República, que era o Lula, mas também os parlamentares que estavam à frente das comissões por onde o projeto iria tramitar”, contou Bassuma, em entrevista concedida em 2013. O ex-parlamentar foi expulso do PT em 2006, por se opor à orientação oficial do partido, favorável à descriminalização do aborto.
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