Na semana passada, o médico Kermit Gosnell, culpado pelo assassinato de três bebês recém-nascidos em sua clínica de abortos – e suspeito de ter matado centenas de outros -, recebeu sua pena. Ao contrário do que se previa, o júri não chegou a iniciar as discussões no dia 21 de maio. No dia 15 desse mês, os advogados de Gosnell concordaram em abrir mão do direito de apelação para evitar a pena de morte. Assim, de acordo com vários jornais dos Estados Unidos, Gosnell foi condenado à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.
Essa, no entanto, não foi a única pena que o médico recebeu. Pela morte de Karnamaya Mongar, uma paciente de 41 anos que faleceu em sua clínica por excesso de sedativos, constam contra Gosnell cino anos de pena. Somando-se outras denúncias o médico teria de ficar pelo menos 20 anos na cadeia, caso não pegasse prisão perpétua.
Com o fim do julgamento, alguns jornais – infelizmente poucos – estão cobrando uma declaração do presidente Barack Obama sobre o tema. Enquanto o caso corria na justiça, Obama preferiu não falar, por não se tratar de uma condenação oficial. Mas uma semana após a divulgação da sentença não se ouviu nada do presidente. A estranheza se deve ao fato de que, tradicionalmente, o chefe da nação norte-americana sempre se pronuncia sobre crimes graves que ocorram no país. Esse caso, no entanto, parece ser particularmente prejudicial à imagem do presidente.
Quando era senador no estado de Illinois, Obama votou duas vezes contra um projeto de lei que garantia proteção legal aos bebês nascidos vivos em abortos mal sucedidos. Esse é justamente o perfil das vítimas de Gosnell. Segundo informa o USA Today, a posição do presidente Obama sobre o aborto é considerada “extrema” pelo o The National Right to Life Committee, já que ele rejeita praticamente qualquer tipo de restrição à prática.
Com uma mancha dessas na biografia, entende-se bem porque o escândalo do caso Gosnell foi tão constrangedor ao presidente.
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