Bento XVI, o aborto e a eleição presidencial de 2010

A matéria A defesa da vida acima de conveniências políticas, do jornalista Marcio Antonio Campos, publicada nesta quinta-feira pela Gazeta do Povo, resgata o impacto no episcopado brasileiro causado por um discurso que o pontífice fez em 2010, a três dias das eleições presidenciais no Brasil. O texto faz parte do caderno especial O Legado de Bento XVI.

Além da mensagem central do discurso, o texto lembra a iniciativa de alguns bispos que orientaram os fiéis para não votar em candidatos e partidos favoráveis à descriminalização do aborto, cita a reação contrária de outros bispos, que insistiam em apoiar publicamente a candidatura de Dilma Rousseff, e ainda traz uma coletânea de frases que ilustram bem o festival de contradições ditas e publicadas naqueles dias. Material imperdível, muito útil para refrescar a memória. Uma boa preparação para o que vem por aí em 2014.

Confiram um trecho:

No fim de outubro de 2010, as pesquisas de opinião indicavam a vitória da petista Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial contra José Serra (PSDB), apesar de vários bispos católicos denunciarem que tanto Dilma quanto o Partido dos Trabalhadores estavam empenhados em liberar o aborto no Brasil. Foi quando, três dias antes da votação decisiva, Bento XVI entrou em cena. Os bispos do Maranhão, em sua visita obrigatória ao papa, feita a cada cinco anos, ouviram dele a cobrança de que os bispos se posicionassem de forma contundente sempre que a defesa da vida estivesse em jogo.

“Ficamos surpresos. Em geral, a mensagem do papa nessas visitas é um comentário aos relatórios que enviamos a Roma. Que eu saiba, nenhum de nós tinha mencionado a questão do aborto”, conta dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís (MA), que estava presente na ocasião. O discurso foi a manchete da Gazeta do Povo de 28 de outubro de 2010; o jornal havia tido acesso ao texto com exclusividade, na véspera da audiência papal.

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Leiam a íntegra aqui.