A crescente rejeição da população norte-americana ao aborto vem causando significativos estragos nas finanças da Planned Parenthood, a maior rede de clínicas especializadas em aborto nos Estados Unidos. Desde o início de 2013, a empresa fechou 24 estabelecimentos. Só na semana passada, a rede encerrou as atividades de três clínicas no estado do Texas.
Os números constam no último relatório da Operation Rescue, uma ONG pró-vida especializada em monitorar a ação de instituições que realizam abortos no país. Em entrevista ao site Life News, Troy Newman, presidente da organização, disse que o número reflete a diminuição na quantidade de mulheres que escolhem abortar seus filhos, mas também é consequência da série de escândalos nas quais a empresa se envolveu.
Life News cita entre os problemas os 42 casos de complicações em pacientes que ingeriram “pílulas do dia seguinte” fornecidas pela Planned Parenthood e a morte de uma paciente de Chicago, que faleceu após a cirurgia abortiva.
A rede de clínicas, no entanto, enviou uma nota à imprensa em junho alegando que, ao menos os fechamentos no estado do Texas, se deviam ao impedimento de acesso a financiamentos com recursos públicos, consequência de uma lei aprovada em 2011.
Uma das últimas clínicas a ser fechada foi onde Abby Johnson trabalhou como diretora. Hoje uma influente líder pró-vida, Abby abandonou a militância da Planned Parenthood em 2009, depois de assistir a um aborto por meio de um aparelho de ultrassom. Nesta terça-feira, ela comemorou publicamente o fechamento da clínica em sua página no Facebook.
A mudança de rumo na vida de Abby ganhou cobertura nacional semelhante à de Norma McCorvey (conhecida como Jane Roe), a protagonista do caso judicial que legalizou o aborto nos EUA na década de 70, e que depois se arrependeu publicamente.
Em 2011, Abby lançou o livro Unplanned no qual conta detalhes do seu trabalho como facilitadora de abortos.
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