O assunto da semana é a eleição do cardeal
Em outubro de 2010, quando Bergoglio era presidente da Conferência Episcopal Argentina ele liderou o lançamento do Ano da Vida, um período de ações com foco na defesa de nascituros e de celebrações que enfatizaram a diginidade da vida humana, em todas as suas etapas. Um trecho do documento explicativo sobre a iniciativa dizia que a motivação para o ano temático foi “a necessidade imperiosa de priorizar em nossa pátria o direito à vida, em todas as suas manifestações, colocando especial atenção nas crianças que ainda estão por nascer, como nossos irmãos”.
Segundo o site pró-vida Argentinos Alerta, em 2011, durante o Ano da Vida, um milhão e trezentas mil pessoas participaram de uma peregrinação jovem até a Basílica de Nossa Senhora de Lujan, em Buenos Aires. Na missa que encerrou o evento, o cardeal Bergoglio disse que “um povo que não cuida de suas crianças e dos seus anciãos começou a ser um povo em decadência”, referindo-se especificamente aos projetos de lei que tramitavam na Argentina com a pretensão de descriminalizar o aborto.
Em 2012, por conta de uma decisão do prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, de estabelecer regras que facilitem os casos não puníveis de aborto, o arcebispo portenho emitiu nota acusando o governo de “avançar deliberadamente para limitar e eliminar o valor supremo da vida, ignorando os direitos das crianças por nascer”.
Sobre o mesmo caso, o jornal La Nación cita outra fala emblemática de Bergoglio: “Ao falar de uma mãe grávida, falamos de duas vidas, ambas devem ser preservadas e respeitadas, porque a vida é um valor absoluto”.
Ao que parece, há muitas outras manifestações semelhantes nas homilias que o papa Francisco fez aos fiéis da capital argentina. A quem se interessar, ao site da Arquidiocese de Buenos Aires deixa à disposição uma série de textos de seu antigo arcebispo.
O passado de Bergoglio nos deixa seguros de que, do ponto de vista pró-vida, a Igreja Católica continua em boas mãos. As ações de Bergoglio na Argentina parecem, inclusive, mais dinâmicas e consistentes do que a de muitos bispos brasileiros.