A organização Brasil Sem Aborto publicou nesta segunda-feira, em seu site, uma nota na qual denuncia a impressão do folheto “Protocolo Misoprostol”, encomendado pelo Ministério da Saúde. Segundo a ONG, o folheto dá instruções sobre o uso do medicamento abortivo Misoprostol, mais conhecido pela marca Cytotec, cuja comercialização é proibida no Brasil.
Embora o folheto aparentemente destine-se a profissionais da área de obstetrícia, o trecho que ensina o modo de usar o medicamento foge ao padrão técnico utilizado em outras publicações do ministério, adotando linguagem direta e sucinta, restringindo-se a explicar a dosagem a ser usada para “esvaziamento uterino” nos três primeiros meses de gestação.
Um trecho da nota resume a suspeita do Brasil Sem Aborto:
“… mais do que ao médico que precisa tomar decisões de tratamento, o folheto parece dirigir-se a pessoas que já conseguiram ou pretendem conseguir clandestinamente a droga e tem dúvidas sobre como utilizá-la para realizar o aborto”.
Em junho de 2012, a imprensa anunciou que o Ministério da Saúde estaria preparando uma cartilha para mulheres que decidissem abortar, informação posteriormente desmentida pelo ministério. Na época, a Gazeta do Povo criticou em seu editorial a suposta “redução de danos” estudada pelo governo.
Também em junho de 2012, numa matéria produzida pela TV Brasil, o doutor Dr. Thomas Gollop, envolvido na produção da cartilha, nega a participação do ministério na publicação desse material. Para o Brasil Sem Aborto, entretanto, a participação do governo foi confirmada pela impressão dos folhetos.
O blogueiro pediu explicações à assessoria de imprensa do Ministério da Saúde sobre a publicação, mas não obteve resposta até o horário dessa postagem.
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