Ao cobrir o assassinato da psicóloga e professora Telma Fontoura, ocorrido no litoral no último fim de semana, mais uma vez me deparei com uma situação que é muito comum em todo o Brasil, principalmente em cidades pequenas, entre elas as cidades litorâneas do Paraná: a importância de se registrar o boletim de ocorrência após um crime.
Conversando com moradores, ouvi que pelo menos duas mulheres já haviam sido vítimas de agressão (ou de uma tentativa) ao caminharem pela orla da praia, em Pontal do Paraná. Em um dos casos, uma mulher teria sido perseguida por um homem ao passear pelo balneário de Shangri-Lá com as duas filhas. Em outro, uma universitária teria sido agarrada por um homem no balneário de Atami, mas conseguido escapar.
Ao questionar se tais mulheres haviam procurado a polícia após o fato, ouvi sempre a mesma resposta: não.
Como tais ocorrências nunca foram registradas, mesmo que os moradores conheçam essas mulheres e afirmem categoricamente que elas foram atacadas, torna-se complicado afirmar com certeza que a região está se tornando perigosa e cobrar das autoridades mais atenção para o assunto.
Muitas pessoas só procuram a polícia para registrar o boletim de ocorrência quando algo muito grave acontece. Não acreditam que o assunto vá ser solucionado ou que as autoridades tomem as devidas providências.
É como num ciclo vicioso: sem o registro dos crimes, é difícil cobrar por mais efetivo e estrutura (mais investigadores, mais escrivães, mais viaturas), o que, por sua vez, contribui para o aumento desses mesmos crimes.
Em tempo: o triste caso da professora expõe a importância de se registrar o desaparecimento de alguém o mais rápido possível. Infelizmente, no caso de Telma, a família fez isto, mas não foi possível achá-la com vida. Mas, em muitos casos, quanto mais cedo tal decisão é tomada, maiores as chances de um final feliz.
E você: ao ser vítima de um crime, registrou o boletim de ocorrência? Concorda que o registro é importante para combater o crime? Dê sua opinião.
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